Rui Car
17/06/2021 15h58 - Atualizado em 17/06/2021 16h06

Indígenas de José Boiteux protestam em Brasília contra projeto que dificulta demarcação de terras

Julgamento da demarcação da Terra Indígena Laklãnõ, no Alto Vale, acontece no Supremo Tribunal Federal

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Indígenas protestam em Brasília contra projeto que dificulta demarcação de terras (Foto: Adi Spezia / Cimi)

Indígenas protestam em Brasília contra projeto que dificulta demarcação de terras (Foto: Adi Spezia / Cimi)

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Três ônibus com indígenas da região, incluindo da Terra Indígena Laklãnõ em José Boiteux,  foram à Brasília nesta quarta-feira (16) para pressionar o STF para que a questão não seja retirada de pauta novamente. O julgamento da Ação Civil Originária (ACO) trata da demarcação da Terra Indígena Laklãnõ. O vai ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) entre os dias 18 e 25 de junho e a decisão abre jurisprudência e deve trazer impactos diretos aos demais processos de demarcação de terras indígenas em todo o país.

 

O cacique presidente da Terra Laklãnõ, Nilton Ndili, comenta que a ida dos indígenas à Brasília é uma forma de pressionar o STF para que a questão não seja retirada de pauta mais uma vez, como já aconteceu. Ele diz que o grupo enviou inclusive uma carta ao ministro Luiz Fux para sensibilizá-lo para a importância desse julgamento. “A intenção foi sensibilizá-lo para que a questão não seja retirada de pauta. Outra questão é que ao longo de 23 anos a nossa comunidade vem esperando esse momento que é único. Algumas lideranças morreram esperando esse dia que agora queremos presenciar”, afirmou.

 

Protesto de indígenas pede arquivamento de protesto que dificulta demarcação de terras — Foto: Adi Spezia/Cimi

Protesto de indígenas pede arquivamento de protesto que dificulta demarcação de terras (Foto: Adi Spezia / Cimi)

 

Indígenas que representam pelo menos 25 povos originários protestam

 

Indígenas que representam pelo menos 25 povos originários, de diversas regiões do país, protestaram nesta quarta-feira (16), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contra um projeto de lei que dificulta a demarcação de terras.

 

O ato começou por volta das 9h e terminou por volta das 13h, no anexo II da Câmara dos Deputados. Na semana passada, o grupo subiu a rampa do Congresso Nacional, em outro protesto contra a tramitação do Projeto de Lei 490/2007, e se posicionou próximo à cúpula do Senado.

 

Demarcação de terras

 

O projeto de lei 490/2007 prevê, entre outras medidas, a criação de um marco temporal para delimitar o que são terras tradicionalmente ocupadas pelos indígenas. Segundo o texto, são aquelas que, na data da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988, eram:

 

 – por eles habitadas em caráter permanente;

 – utilizadas para suas atividades produtivas;

 – imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar;

 – necessárias à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

 

Críticos da matéria argumentam que o texto ultrapassa os limites de um regulamento e tenta mudar preceitos da Constituição por meio de lei ordinária. Entidades ligadas aos direitos dos indígenas também afirmam que a Constituição funciona retroativamente, o que resguarda os direitos territoriais violados antes de 1988.

 

Por outro lado, os defensores do projeto afirmam que ele apenas pretende dar “segurança jurídica” aos agropecuaristas.


POR: LÉO AW – REDE VALE NORTE DE COMUNICAÇÃO / G1

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