Rui Car
11/12/2021 08h51

Júri condena réus por incêndio na boate Kiss; veja as penas de cada um

Julgamento durou 10 dias e eles foram responsabilizados pela morte de 242 pessoas e 636 pessoas feridas

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Réus do caso da boate Kiss foram condenados mas deixaram o julgamento em liberdade por causa de Habeas Corpus (Foto: Divulgação)

Réus do caso da boate Kiss foram condenados mas deixaram o julgamento em liberdade por causa de Habeas Corpus (Foto: Divulgação)

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Um dos julgamentos mais acompanhados em função da extensão da tragédia chegou ao fim. A sentença dos acusados pelo incêndio na boate Kiss foi lida nesta sexta-feira, por volta das 17h, e condenou cada um dos quatro réus a mais de 18 anos de prisão cada um deles (veja detalhes abaixo).

 

Um dos advogados de defesa apresentou habeas corpus ao final da leitura da sentença e, por este motivo, nenhum dos réus saíram presos do julgamento.

 

Julgamento do caso da boate Kiss durou 10 dias – Foto: Agência Brasil/Divulgação

Julgamento do caso da boate Kiss durou 10 dias (Foto: Agência Brasil / Divulgação)

 

No julgamento, são réus os ex-sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor musical Luciano Bonilha Leão.

 

Após 10 dias de julgamento – sendo o último com mais de nove horas de sessão -, depoimentos de vítimas, testemunhas e réus, as sentenças dos quatro foram lidas pelo juiz Orlando Faccini Neto. Durante este período, 28 pessoas passaram pelo plenário. Foram 12 vítimas, 13 testemunhas e três informantes foram ouvidos.

 

Confira as penas de cada um dos réus da boate Kiss:

 

Elissandro Callegaro Spohr, ex-sócio: 22 anos e 6 meses

Mauro Lodeiro Hoffmann, ex-sócio: 19 anos e seis meses

Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista: 18 anos

Luciano Augusto Bonilha Leão, produtor: 18 anos

 

Durante a leitura, o juiz ressaltou que, apesar de dolo eventual, este foi intenso. “No caso de perdas de ente, como no presente, o Estado deve demonstrar preocupação para com os pais”, reforçou enquanto frisava se tratar de mortes coletivas.

 

Homenagem

 

Ao final do julgamento, os pais e familiares se reuniram para prestar homenagem aos que partiram. O discurso foi dado por um dos participantes da roda. “Nós não temos momento nenhum para comemorar, a não ser o momento da justiça”.

 

Em roda, pais e familiares relembram e homenageiam as vítimas – Foto: Reprodução/ Internet

Em roda, pais e familiares relembram e homenageiam as vítimas (Foto: Reprodução / Internet)

Na sala, gritos com os nomes das vítimas ecoaram enquanto ele finalizava: “Que [a tragédia] sirva de exemplo para que tragédias como essa nunca mais se repita”.

 

O julgamento

 

No dia primeiro de dezembro de 2021 teve início o  julgamento do incêndio da boate Kiss, ocorrido em 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria. O mesmo acontece oito anos após a tragédia que matou 242 e feriu outras 636. A Justiça Gaúcha utilizou dez dos quinze dias concedidos para punir os responsáveis pelo incêndio.

 

O júri foi composto foi seis homens e uma mulher. No primeiro dia de julgamentos, a primeira testemunha ouvida foi Kátia Giane Siqueira, que trabalhava no bar da boate e teve 40% do corpo queimado. Outras 13 testemunhas de acusação foram ouvidas, e mais 14 foram convocadas pela defesa dos réus.

 

O incêndio

 

Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, o vocalista da banda Gurizada Fandangueira acendeu, dentro da boate e em cima do palco, o artefato pirotécnico que gerou o incêndio na boate. As fagulhas atingiram a cobertura interna da Kiss, e deu início às chamas.

 

A maior parte das vítimas eram estudantes da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Outras, estavam no local como acompanhantes. As vítimas inalaram fumaça tóxica, o que causou a morte de centenas. Outras não conseguiram passar pela porta de emergência, e morreram dentro da boate, pisoteadas ou queimadas pelas chamas.

 

*Com informações da Agência Brasil

Fonte: ND+
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