Rui Car
09/03/2018 14h17

Júri Popular condena homem por crime que chocou o Alto Vale em 2017

O julgamento aconteceu no auditório do Parque Universitário Norberto Fran

Assistência Familiar Alto Vale
Fotos e informações: Susana Lima / Jornal Diário do Alto Vale

Fotos e informações: Susana Lima / Jornal Diário do Alto Vale

Delta Ativa

Nesta quinta-feira (8), o primeiro júri popular do ano em Rio do Sul trouxe para o banco de réus Márcio José Constante, acusado de matar Arlindo Erahardt Sobrinho, em 5 de fevereiro de 2017, com golpes de facão, em Lontras.

 

O juiz de direito Claúdio Areco Júnior, que dirigiu o julgamento, abriu a sessão comentando a falta de espaço no fórum da cidade para a realização de mais ações de audiências de júri popular. O julgamento aconteceu no auditório do Parque Universitário Norberto Fran e se estendeu durante todo o dia.

 

Márcio assumiu a autoria do crime contra a vida de Arlindo, de 19 anos, e segundo o advogado de defesa, Fernando Mroskowski, a defesa trabalhou para que nenhum exagero na sentença fosse feito. A promotoria, em compensação, trabalhou na qualificação do crime por motivo fútil e sem possibilidade de defesa para a vítima. Sete jurados foram sorteados, seis mulheres e um homem, e formaram o conselho de sentença. Além disso a população e familiares puderam acompanhar os depoimentos e questionamentos do juiz, promotoria e defesa. No fim da tarde, Márcio foi condenado a 12 anos de prisão.

 

O momento do júri popular aflora os sentimentos dos envolvidos. O relembrar do caso é um momento de emoção dos familiares e de comoção ao público que acompanha os depoimentos. O réu também se emociona ao relatar o acontecimento e pede perdão. Para a família a dor da perda de um filho só será menor perante à justiça.

 

 

Entenda o caso

Márcio José Constante tinha um relacionamento conturbado com a ex-mulher. Após terminar e voltar com a relação por algumas vezes com a mulher, ela teria se envolvido em um novo relacionamento, com Arlindo e até já teria ido morar com o jovem, em outro momento.

 

Na noite do crime Márcio, após mais um desentendimento do casal na casa em que moravam, recolheu os pertences, pegou o filho do casal e foi para a casa de familiares em Salete. Segundo o depoimento dele nessa quinta, a intenção era despertar na companheira uma ação para a retomada do casamento e acabar com o relacionamento com Arlindo.

 

Na mesma noite Márcio voltou para Lontras para a casa em que vivia com a ex- mulher. Chegando lá, não conseguiu entrar na casa, bateu na porta para que a mulher abrisse, quando, segundo o depoimento, percebeu que havia mais alguém com ela. Ele esperou que alguém saísse, chegou a arrombar uma porta. Com isso Arlindo saiu da residência correndo. Na sequência Márcio desceu até o quarto de ferramentas da casa, pegou um facão e saiu em perseguição de Arlindo. Conseguiu alcançá-lo e o golpeou por algumas vezes nas costas, até que a vítima caiu, possibilitando Márcio atingílo mais vezes.

 

Foram mais de uma dezena de facadas na vítima, o crime brutal atenta para a violência dos crimes que aconteceram na região recentemente. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina, em 2017, 259 homicídios dolosos foram registrados só na região do Vale do Itajaí, na Delegacia Regional de Rio do Sul foram 13 mortes violentas. Nesse ano, em menos de dois meses, dois crimes violentos impressionaram toda a cidade, um feminicídio e um assassinato a tiros no centro da cidade.

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