Rui Car
14/08/2023 16h33 - Atualizado em 14/08/2023 16h36

Juros cobrados das famílias brasileiras estão perto do maior nível desde 2017

Taxas podem chegar a níveis extremos

Assistência Familiar Alto Vale
Foto: Divulgação

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Os juros cobrados das famílias estão em um dos níveis mais altos em quase seis anos, apontam números do Banco Central. Em junho, a taxa média cobrada das pessoas físicas era de 59,09% ao ano, ligeiramente abaixo do pico atingido em maio – quando chegou a 59,88% ao ano, maior índice desde agosto de 2017. Isso significa que, em um ano, uma dívida de R$ 1 mil cresce para quase R$ 1,6 mil.

As taxas podem chegar a níveis extremos. No rotativo do cartão de crédito, cobrado de quem não paga toda a fatura mensal, a taxa em junho era de 437,25% ao ano.

A situação é melhor para as empresas. De janeiro a junho, a taxa de juros média para pessoas jurídicas recuou de 25,25% para 23,07% ao ano.

Dois fatores contribuem para os juros elevados, explica Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad e professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP): a taxa básica (Selic) elevada e o alto nível do spread bancário (diferença entre o custo que o banco tem para levantar o dinheito e o quanto ele cobra do cliente).

Há um descompasso muito grande entre a taxa Selic e os juros cobrados das empresas e das famílias”, diz Carla Beni, professora do MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV).

 

Fonte: Vandré Kramer / Gazeta do Povo
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