A Justiça mandou que o acusado de matar o professor indígena Marcondes Namblá, de 38 anos, passe por exame de saúde mental. Gilmar César de Lima, de 23 anos, é réu por homicídio qualificado (motivo fútil e sem chance de defesa da vítima) e está preso preventivamente em Blumenau. A vítima foi espancada no dia 1º de janeiro em Penha, no Litoral Norte, e morreu no dia seguinte.
A determinação, que atende ao pedido da defesa do acusado, é do juiz Mauro Ferrandin, do dia 18 de abril. No despacho, ele diz que há indícios de que o réu possa ter “grave” doença mental e, por ora, suspendeu o processo. Antes, a Justiça havia negado pedido de avaliação mental. O G1não conseguiu falar com a defesa de Lima, que já confessou o assassinato.
A primeira audiência do processo ocorreu em abril. O réu deverá ir a júri popular pelo crime. Formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Namblá era professor na aldeia Laklãno, em José Boiteux. Conforme a família, ele trabalhava em Penha para ganhar dinheiro extra com a venda de picolés.
O crime
Marcondes foi espancado durante a madrugada, enquanto caminhava pela avenida Eugênio Krause. Uma câmera de segurança registrou o momento em que ele é atacado. Depois de levar o primeiro golpe na cabeça, o indígena caiu e continuou sendo agredido.
Conforme a denúncia, Lima deu aproximadamente 20 pauladas na vítima, que foi encontrada horas depois e chegou a ser internada, mas morreu no dia 2 de janeiro. O acusado foi preso 13 dias depois.