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Por quatro dias, o caminhoneiro Daniel Valenti, 44 anos, ficou sozinho no cômodo de uma casa num bairro afastado do Centro de Osasco (SP). Ele foi sequestrado depois de aceitar um trabalho de frete. A conversa com a família tinha duração limitada e era uma forma de os criminosos pedirem dinheiro pelo resgate. Ao ser solto na noite de segunda-feira (16), ele precisou pedir ajuda em uma igreja e chegou em Santa Catarina de carona. A volta para Santa Rosa do Sul, no Sul de SC, onde ele mora, aconteceu na terça-feira (17).
Daniel terminava uma entrega em Nova Odessa, no interior de São Paulo, quando aceitou um trabalho de frete que tinha como destino o Rio Grande do Sul. Era manhã de sexta-feira (13). Ele foi ao local combinado e foi recebido por um dos criminosos que se passou por contratante. A rendição aconteceu no pátio da empresa.
“Quando eu saí do caminhão, ele [sequestrador] já chegou com um carro. Mandaram eu entrar e anunciaram o assalto“, conta Daniel.
O caminhoneiro foi vendado e teve as mãos amarradas. O cativeiro ficava em uma casa comum. Durante os quatro dias, o caminhoneiro só teve contato com os sequestradores na hora de comer e nas tentativas de extorsão aos familiares.
“Foi muito tenso. Eles não davam o telefone na minha mão. Mandaram eu falar pouca coisa e evitar conversas com emoção“, relata.
Saga da volta para casa
Era noite de segunda-feira (17) quando os criminosos anunciaram o fim do sequestro. O caminhoneiro foi colocado em um carro que rodou por São Paulo por alguns minutos até chegar ao bairro do Limão, na capital paulista.
Daniel, que é diácono da Igreja Assembleia de Deus, diz que até neste momento de aflição a igreja se fez presente e mão de Deus esteve sobre sua vida: “Quando saí do carro, eu achei uma igreja aberta e pedi ajuda. Um ‘irmão’ lá me emprestou o celular e liguei para casa“, diz.
Ainda naquela noite, ele conseguiu chegar até um posto de gasolina, onde pediu carona para voltar para casa. A ajuda veio de um colega de profissão que o levou até Palhoça, na Grande Florianópolis.
Do município até a sua casa em Santa Rosa do Sul, no Sul catarinense, ele foi levado pela polícia. O reencontro com a família aconteceu na terça-feira (17) e contou com fogos de artifício.
O caminhão de Daniel já tinha sido interceptado pela polícia na sexta-feira. O veículo foi encontrado em Mato Grosso do Sul. O destino final, segundo a polícia, seria o Paraguai. Não há informações sobre a prisão dos sequestradores.