Rui Car
21/10/2020 15h03

Milton Hobus denuncia pagamento de benefícios na Saúde; pasta contesta

Deputado ocupou a fala na sessão da Alesc para apresentar uma denúncia contra supostas irregularidades na Secretaria de Estado da Saúde

Assistência Familiar Alto Vale
Foto: Agência AL

Foto: Agência AL

Delta Ativa

O Deputado Milton Hobus (PSD) ocupou a fala na sessão da Assembleia Legislativa de SC (Alesc) nesta terça-feira (20) para apresentar uma denúncia contra supostas irregularidades na Secretaria de Estado da Saúde. Segundo ele, a pasta inclui servidores do gabinete do secretário André Motta Ribeiro no Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES).

 

De acordo com a denúncia, em portaria publicada no Diário Oficial do Estado na última semana, Motta Ribeiro colocou 28 servidores no grupo “destinado a integrar as ações e serviços de saúde”. Entre eles estão fotógrafo, assessores técnicos e analista de redes sociais. Os integrantes do COES, segundo o artigo 9º da lei 18.007, de 29 de setembro de 2020, vão ganhar valor fixo de R$ 3.944. 

 

Para Hobus, dar uma gratificação para enfermeiros, médicos e profissionais que estão trabalhando em hospitais e unidades de Covid-19 é fundamental. Ele foi relator e votou favorável, na Assembleia Legislativa, à Medida Provisória que estabelece um adicional de R$ 500 a R$ 2 mil para esses trabalhadores, hoje transformada em lei. No entanto, o parlamentar afirmar que gratificar quem está nos gabinetes é um equívoco. 

 

“Passar uma bonificação dessa, além de errado, é um insulto com os profissionais que estão na frente da batalha, correndo risco para prestar um serviço tão essencial para os catarinenses”, destaca o parlamentar. 

 

Resposta

 

Após a declaração do deputado, a Secretaria emitiu nota oficial em que diz que “o parlamentar mostra total desconhecimento sobre o funcionamento de uma pasta” e que “mostra desconhecimento sobre as ações necessárias para o enfrentamento de uma pandemia mundial”.

 

A Secretaria defende a necessidade de pagamento das verbas aos demais servidores – de outras áreas – por entender que eles também estão na ‘linha de frente’.  

 

“São inúmeros profissionais que visitam as unidades hospitalares, permanecem em unidades de terapia intensiva, se privam muitas vezes do convívio familiar”, diz o texto.

 

Veja a nota na íntegra:

 

“Nota de esclarecimento

 

Com relação às afirmações do deputado Milton Hobus sobre a gratificação prevista para integrantes do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), a Secretaria de Estado da Saúde vem a público esclarecer o seguinte:

 

1. O COES foi criado pela portaria número 179 com base nas determinações legais previstas no art. 67 da Lei Complementar nº 381, de 07 de maio de 2007, no art. 74 da Constituição Estadual, e na Portaria GM/MS n° 1.378 de 9 de julho de 2013 que regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução de ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A norma é relativa a emergências em saúde que demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, de controle, de contenção de riscos, de danos e agravos e de recuperação da saúde pública em situações de caráter epidemiológico, sanitário e ambiental ou ainda situações que provoquem colapso da assistência à saúde da população.

 

2. A criação do COES ocorreu diante da necessidade de mapear as áreas de risco e ocorrência, identificando as ameaças, as vulnerabilidades e os recursos para estabelecer medidas que possibilitem a redução dos efeitos das emergências em saúde.

 

3. O Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES) vem atuando desde o dia 12 de março em ações integradas entre as áreas da saúde, na identificação e mapeamento de áreas de risco e da população exposta, no planejamento, avaliação e coordenação de atividades em resposta às emergências em saúde da pandemia de covid 19 no Estado de Santa Catarina.

 

4. O grupo que atua no COES, formado por profissionais das mais variadas formações e setores da SES, vem elaborando em planejamentos, elaboração de informes, notas técnicas, instruções normativas e instrumentos capazes de esclarecer a população sobre as formas de prevenção contra as situações de emergência em saúde

 

5. Ao afirmar que tal reconhecimento financeiro deveria ser exclusividade de profissionais como médicos e enfermeiros, na “linha de frente”, o parlamentar mostra total desconhecimento sobre o funcionamento de uma pasta tão complexa quanto à Saúde. Também mostra desconhecimento sobre as ações necessárias para o enfrentamento de uma pandemia mundial.

 

6. Profissionais de diversas áreas atuam nessa pandemia justamente para que a população catarinense não necessite de hospitais e internações em UTI. A Secretaria de Estado da Saúde valoriza os seus servidores e considera todos como a nossa “linha de frente”. São inúmeros profissionais que visitam as unidades hospitalares, permanecem em unidades de terapia intensiva, se privam muitas vezes do convívio familiar.

 

Todos os profissionais da saúde, sejam aqueles lotados em setores administrativos, unidades hospitalares, diretorias, almoxarifado, centro de distribuição, entre outros, vem atuando de forma incansável nestes últimos anos.

 

Por isso, apesar do entendimento do parlamentar de que tais profissionais não fazem jus ao devido reconhecimento, a Secretaria de Estado da Saúde o faz e agradece a cada um deles pela dedicação.”

 

FONTE: REDE CATARINENSE DE NOTÍCIAS

 

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