Na coletiva da noite desta quarta-feira (25) sobre o coronavírus, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), evitou falar em política. Perguntado sobre o alinhamento dele com o presidente Jair Bolsonaro, ele declarou que “todos nós estamos unidos para combater um inimigo invisível. O momento do Brasil hoje é de união”.
Durante a coletiva, foi divulgado que o número de casos confirmados de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, subiu para 122 em Santa Catarina. Há ainda 325 casos suspeitos.
“Hoje não tratamos mais de alinhamento, de discurso pro lado A ou lado B. Nós tratamos de proteger a nossa população com muita responsabilidade”, disse o governador. Pela manhã, ele divulgou um vídeo em que disse estar “estarrecido” com o pronunciamento feito pelo presidente da República na noite de terça (24). Na ocasião, Moisés também reforçou que Santa Catarina entra em nova quarentena de mais sete dias determinada por decreto. O governador novamente pediu que os catarinenses fiquem em casa para frear a contaminação pelo vírus.
Ainda na coletiva desta quarta, Moisés chegou a tocar no assunto de novo. “Eu me manifestei obviamente em relação a estar surpreso com o desalinhamento. Saímos de um polo para outro polo. Uma fala de manhã e uma fala à noite muito mais não restritiva na verdade, minimizando os efeitos desta crise”, disse. Moisés se referiu a uma reunião que teve com Bolsonaro na manhã de terça, junto com os outros dois governadores dos estados do Sul do Brasil.
Sobre o encontro com os governadores brasileiros, ocorrido na tarde desta quarta, Moisés afirmou que precisou sair da reunião na metade para poder participar da coletiva. Porém, disse que, nas primeiras falas, a maioria dos políticos manifestou o desejo de continuar o isolamento social.
Em relação a esse tipo de medida, Moisés disse na coletiva que “nós já estamos programando uma forma de flexibilizá-las [restrições] nas próximas semanas para que a gente conviva com o vírus, mas que a gente diminua o número de óbitos. Não vamos fazer escolhas por pessoas, quem deve viver, quem deve morrer. Nós não pretendemos fazer isso. Nós queremos proteger toda a sociedade integralmente. Infelizmente, é possível que a gente tenha algum óbito relacionado a coronavírus, é bem provável, mas a gente gostaria de ter resultado zero, é para isso que nós estamos trabalhando”.
Fonte: G1 SC