Rui Car
06/02/2018 16h00 - Atualizado em 06/02/2018 19h19

Moradora de Taió já gastou mais de R$ 2.000,00 em cirurgias para sua cachorra devido ao barulho de foguetes

Joice Hildebrandt é moradora do bairro Padre Eduardo

Assistência Familiar Alto Vale
Delta Ativa

Recentemente, a Câmara de Vereadores de Taió rejeitou o projeto que proibiria os estampidos dos fogos de artifício na cidade. A ideia que foi aprovada em diversos municípios do Brasil não foi bem aceita por pelo menos cinco dos nove parlamentares taioenses. A votação causou surpresa para muitos. Em enquete realizada no Facebook da Rádio Educadora, mais de 70% eram favoráveis ao projeto. (Veja clicando AQUI).

 

Quem não gostou do resultado foram a Joice Hildebrandt e a Moriska. Joice é moradora do bairro Padre Eduardo e reconhecidamente uma amante dos animais. Ela acolhe cães de rua e fica com eles, pelo menos até conseguir que alguma família adote. Já a Moriska é uma cachorra que está desde os nove meses com a Joice. Ela já tem cerca de 12 anos. Logo no seu terceiro ano, já demonstrava medo e insatisfação com o barulho dos foguetes.

 

Em 2015, Moriska apresentou sinais de Otohematoma no ouvido. Precisou realizar três cirurgias com o veterinário para livrar-se deste problema. Na virada do ano, era nítido o grande pavor da cachorra com o barulho dos fogos. Nos primeiros dias de janeiro de 2016, começou a sair líquido do ouvido direito dela de forma constante. Por isso, a encaminharam ao veterinário. Ele avaliou e disse que seria obrigado a fazer uma nova cirurgia. A pós-cirurgia exigiu que Moriska utilizasse um cone no pescoço durante 20 dias.

 

Quando tudo parecia normalizado, mais fogos de artifício no dia das mães. Consequentemente, três dias depois, voltou a sair líquido da orelha da cachorra. Resultado: nova cirurgia. Dessa vez, na orelha esquerda. Pronto? Resolvido? Nada disso! No primeiro domingo de outubro, quando alguns comemoravam o resultado da eleição, o problema voltou. Moriska voltou a fazer cirurgia na orelha direita, a mesma que já tinha operado pouco depois do Ano Novo.

 

“O Veterinário analisou e constatou que esse vazamento não seria alguma infecção por algo natural, e sim, de um ferimento causado pelos barulhos” relata Joice de forma emocionada. Somente com esta cadelinha, ela já investiu mais de R$ 2.000,00 em cirurgias, devido aos estampidos de fogos. “Agora é necessário um tratamento contínuo. Em uma cirurgia, a Moriska ficou 20 dias com o cone. Em outras três, precisou ficar 30 dias com o cone. Ou ela está com dor, ou em recuperação devido aos fogos de artifício” lamentou Joice.

 

Toda vez que tem festividades com fogos, é obrigatório o uso de medicamento Diazepan Intra Retal para “acalmar” Moriska e os outros cãezinhos de Joice. “Isso só pra que não fiquem pulando e agitados. Principalmente a Moriska. Esse medicamento acaba sedando o animal e ela fica toda anestesiada”. Nestas datas comemorativas com os fogos de artifício, os animais ficam medicados dentro de casa aos cuidados da Joice para não ouvirem e sofrerem tanto.

 

A Moriska é mistura das raças Akita com vira lata. “Aqui no bairro Padre Eduardo está acontecendo quase diariamente de soltarem foguetes a noite. A gente sofre cada vez. Não acredito que os vereadores não aprovaram essa Lei. Deveriam ter mais sensibilidade com acamados, bebês e com os animais. Eu fico tensa em datas que sei que soltarão fogos,e meus bichinhos, mais ainda. Especialmente a Moriska” disse Joice à equipe de reportagens da Educadora.

 

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