Uma situação que preocupa usuários da BR-470 têm sido tema de discussão nos últimos dias. Isso porque milhares de veículos transitam pela rodovia diariamente e os acidentes acabam sendo frequentes, mas muitas vezes os destroços de carros, cargas e até lixo acabam ficando jogados por meses nas pistas e no acostamento o que pode colocar em risco a vida de outros motoristas, além de poluir o meio ambiente.
O chefe de Serviço da Unidade local do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Cristhiano Zulianello, esclarece que nesses casos a responsabilidade pelo recolhimento é dos envolvidos no acidente. “A responsabilidade pelo recolhimento dos pedaços de carro que ficam remanescentes no acostamento por conta de algum acidente é do proprietário do veículo que provocou o acidente”.
O motorista, Anivaldo Riske, relata que isso não tem acontecido e acredita que a responsabilidade de recolher entulhos após acidentes deveria ser dos guinchos.
“Essa situação acaba gerando riscos de outros acidentes nas rodovias, além disso, a rodovia está se transformando em um depósito de restos de acidentes”, declarou ele.
O morador de Rio do Sul, que utiliza a BR-470 com frequência, disse que a situação está cada vez pior e por vezes já se sentiu prejudicado quando precisou parar em um acostamento.
“Por exemplo, na serra de Ibirama esses tempos tombou um caminhão de melancia, a carga ficou espalhada na pista e no acostamento e outro caminhão tombou e deixou restos de caixas no acostamento e restos de carro acidentado. Acho isso perigoso para outras pessoas que transitam pela via”, relata.
Riske afirmou ainda que em outros países a lei determina que as empresas de guincho são as responsáveis por retirar todos os restos e na prática tem funcionado muito bem.
“Eu sei de vários países onde além da retirada do veículo tem a retirada da sujeira que é feita por uma equipe de limpeza que trabalha juntamente com o guincho em equipe, e todo o local deve ficar limpo sem nada que impeça ou dificulte o acesso de outros veículos no local após um acidente”, destacou.
Já Zulianello explica que como em muitos casos os motoristas não recolhem os entulhos e peças, cabe ao Dnit fazer a retirada, que pode levar algum tempo.
“O que acontece hoje é que muitas vezes o Dnit acaba tendo que fazer o recolhimento desses materiais porque acaba prejudicando o sistema de drenagem da rodovia, além de colocar em risco a vida de outros motoristas e usuários que estão trafegando. Sempre que a PRF identifica o culpado pelo acidente e nos encaminha um ofício explicando o acidente que houve, nós tentamos incluir ele na dívida da União e ele passa ser um devedor por cometer danos ao patrimônio público”, esclarece.
Riske afirmou ainda que a lei deveria ser mais rigorosa e que situações assim deveriam ser encaminhadas ao Ministério Público. “Quero fortalecer essa denúncia ainda, fazendo mais uma denúncia no Ministério Público, porque isso não pode continuar dessa forma”, ressaltou.