Rui Car
05/04/2017 16h10 - Atualizado em 05/04/2017 16h12

Mulher que denunciou falso estupro coletivo é condenada por estuprar adolescente em SC

Ela e marido foram condenados a 9 anos de prisão por abusar de vizinha de 17 anos

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G1 SC

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A mulher, que em julho de 2016 denunciou ter sofrido um estupro coletivo por oito colegas de trabalho e depois ter retirado a queixa em setembro, foi condenada junto com o marido a nove anos, sete meses e seis dias de prisão por estuprar um adolescente de 17 anos em Brusque, no Vale do Itajaí, de acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Ela também foi condenada a um mês de detenção por ameaçar outra menina de 13 anos com o mesmo intuito. Os crimes ocorreram em julho e agosto do ano passado.

 

Em novembro, quando o casal foi preso, a mulher de 22 anos negou qualquer envolvimento com o crime. Na época, o delegado Ricardo Casarolli afirmou que o homem de 41 anos disse “que o ato foi consentido e que os dois estariam apaixonados. O que é pouco crível pelo perfil da menina. Já a suspeita disse que desconhecia a situação”.

 

Denúncia do MP

Na denúncia, a promotora de Justiça Susana Perin Carnaúba relatou que o casal levou a vizinha de 17 anos, com consentimento da mãe, para dormir em sua casa “com a desculpa de que seria bom a adolescente sair um pouco em virtude de sua timidez e histórico de depressão”.

 

Conforme o MP, o casal colocou a garota em uma cama, “passou a acariciá-la, até que a imobilizaram e ameaçaram fazer mal à sua família, inclusive matar a todos, caso não cedesse e praticasse sexo com o homem. Após a conjunção carnal, foi mais uma vez ameaçada para não contar o fato a ninguém”.

 

Pela denúncia, eles a estupraram em mais duas ocasiões. “Depois do último estupro, a menina venceu o medo e contou o que estava ocorrendo à mãe, que denunciou o crime à polícia”, segundo o MP.

 

Pelo relato da menor ao delegado, a mulher também teria praticado atos libidinosos com ela. A jovem disse não ter sido consentido e que era virgem. O delegado afirmou que o exame de conjunção carnal foi feito e identificado o estupro.

 

No caso da menina de 13 anos, ela foi ameaçada pela mulher, que passou a persegui-la na saída da escola, dizendo que sua família só seria deixada em paz caso ela mantivesse relações sexuais com o homem. “No entanto, a adolescente não cedeu e o estupro não se consumou”, de acordo com a denúncia do MP.

 

Condenação

O juiz da Vara Criminal da Comarca de Brusque condenou o casal por estupro e a mulher, também, pela ameaça, em regime inicial fechado. Presos desde novembro, eles poderão recorrer da decisão, mas não em liberdade. Os nomes dos réus não foram divulgados.

 

Denúncia de estupro coletivo

Na época da denúncia, em julho, a mulher contou que marcou um encontro com um colega de serviço, mas ele a teria levado para um local com outros sete homens, todos funcionários da prefeitura.

 

Depois se apresentou espontaneamente na delegacia e disse que não tinha ocorrido o crime Ela foi exonerada do cargo público por abandono de trabalho. “A afirmação só confirmou a nossa suposição de que nada tinha acontecido. A pessoa tem um histórico de registros de boletim de ocorrência questionáveis, com pouca fidedignidade”, disse Casarolli.

 

O delegado afirma que não foi possível determinar o que levou a mulher a fazer a denúncia. “Pela minha experiência de 13 anos na Polícia Civil, não tinha fundamento desde o início. Ela é muito instável. Mesmo assim, todos foram interrogados e o inquérito foi feito”.

 

Na época do suposto estupro, a mulher chegou a falar sobre o caso à RBS TV e disse que demorou um mês para denunciar por sofrer ameaças. “Devido ao medo e também, no caso, como se tratava de uma traição, meu marido ia ficar sabendo. Ele só ficou sabendo uns dias atrás, quando eu fui agredida por eles de novo. Meu marido viu as marcas no corpo e me questionou”, contou.

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