Rui Car
15/08/2020 11h30

Novo presidente da Fecam fala sobre imagem arranhada e diálogo com o Executivo

Paulo Weiss comentou prisão do antigo mandatário, desafios da Covid e relação com o Executivo estadual

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Fonte: Rede Catarinense de Notícias

Fonte: Rede Catarinense de Notícias

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Com a prisão e renúncia do prefeito de Major Vieira, Orildo Antônio Severgnini (MDB), da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), o cargo caiu nas mãos de Paulo Roberto Weiss (PT), prefeito de Rodeio. Weiss entrou na chapa como 2º vice-presidente em janeiro, subiu para 1º vice-presidente com a saída de Saulo Sperotto (PSDB), de Caçador, e agora chega ao posto máximo do municipalismo catarinense. 

 

O mandato é curto, até dezembro, mas terá pela frente o combate à pandemia de Covid-19 e as eleições municipais, em dezembro. Além disso, existe a missão de retomar o prestígio da Fecam após o que ele chama de “imagem arranhada”.

 

A posse oficial acontecerá na próxima segunda-feira (17). Para o dia seguinte, já tem reunião marcada com o secretário de Estado da Casa Civil, Juliano Chiodelli. O novo presidente busca ainda audiências com o governador Carlos Moisés da Silva, com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), e o Ministério Público (MPSC). 

 

Como foram os primeiros momentos como presidente da Fecam? 

 

Paulo Weiss – O ato de posse será somente na segunda, mas a gente já fez uma reunião com o conselho executivo, o conselho fiscal, e o conselho político falando do fato acontecido com o então presidente. E colocando isso de uma forma muito transparente sobre o momento e dizendo que a Fecam é soberana e que o trabalho vai continuar.

 

Qual é o sentimento entre os prefeitos após a prisão de Severgnini?

 

Weiss – Logicamente sempre fica uma imagem ruim, ainda mais quando se trata de uma prisão no exercício do mandato. Não vou dizer que não causa constrangimento para toda a classe. E ocupando um cargo de representante de todos os prefeitos. Mas isso tem que ser feito como uma forma de respeito aos poderes também. Ele terá direito à defesa e de se manifestar. A imagem fica arranhada, mas a instituição é soberana e vai conseguir com muita capacidade e discernimento superar esse desafio.

 

As prefeituras têm enfrentado um problema gigante com o avanço da Covid-19. O que será prioridade para ajudar as prefeituras neste sentido? 

 

Weiss – Nós temos que estreitar a relação com o governo do Estado e o governo do Estado voltar a ser protagonista. Eu acho que os municípios e o Estado não podem dividir forças e sim somar forças para superar esses obstáculos: a Covid e o problema econômico.

 

Alguns prefeitos têm reclamado da falta de ajuda do governo do Estado e do governo federal contra a pandemia. Isso é pertinente?

 

Weiss – Faltou muito diálogo por parte do governo federal e do governo do Estado com os municípios. A gente precisa encontrar essa sintonia. Não adianta ter o recurso, precisa ter a gestão também. E o município precisa fazer o dever de casa com a testagem da população, com atenção básica, de medidas restritivas. Por outro lado, o governo do Estado precisa garantir leitos de UTI, equipamentos e leitos de retaguarda.

 

As eleições no final do ano atrapalham?

 

Weiss – A eleição é um fato que já está colocada na Constituição. Foi algo que a gente não conseguiu colocar aos nossos deputados e senadores, de que não haveria clima para realizar uma eleição esse ano. Como Fecam, a gente tem que garantir a orientação jurídica para os mandatários sobre o que pode ser feito e o que não pode ser feito no período. É um pleito diferente, atípico, até porque não se pode fazer aglomerações, comícios, reuniões ampliadas. Cada um vai ter que usar suas artimanhas para poder disputar as eleições que se aproximam.

 

2020 era o ano do PSDB, mas o prefeito Saulo saiu para reeleição. O que significa para o PT ter a presidência da Federação?

 

Weiss – Quando a gente ocupa um cargo como presidente, você representa não um partido, mas todo o pluralismo partidário que existe no nosso país. Tem pelo menos duas dezenas de partidos representados nos prefeitos. A nossa ideia é levar a sigla como representação, mas o mandato enquanto presidente será suprapartidário e com as mais divergentes correntes políticas.

 

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