Rui Car
13/04/2017 10h40

O que dizem os políticos de Blumenau citados nas delações da Odebrecht?

Napoleão Bernardes, Dalirio Beber, Jean Kuhlmann e Ana Paula e Décio Lima serão investigados

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Citados na delação de Paulo Roberto Welzel, ex-diretor da Foz do Brasil (atual Odebrecht Ambiental, concessionária de água e esgoto de Blumenau), políticos blumenauenses são acusados do recebimento de supostos repasses por meio de caixa 2 na eleição de 2012.

 

Candidatos ao cargo de prefeito de Blumenau em 2012, Ana Paula Lima (PT), Jean Kuhlmann (PSD) e Napoleão Bernardes (PSDB) teriam recebido da Odebrecht R$ 500 mil cada. O senador Dalirio Beber (PSDB) e o deputado federal Décio Lima (PT) teriam articulado os pagamentos.

 

A reportagem do Santa entrou em contato com os cinco investigados, veja o que eles disseram:

 

O que diz Dalirio Beber:

 

O que ele (Paulo Welzel) disse no vídeo (das delações) é que ele foi na imobiliária para oferecer ajuda de campanha. Assim como ele disse que ofereceu para os outros. Eu repudio. Não teve essa oferta. Ele não me falou nada sobre esse assunto (caixa 2), como nós não recebemos qualquer ajuda dele. Essa é uma ligação dele que, com certeza, não existiu. Não existiu. Confirmo o encontro na imobiliária. Mas não houve oferta de dinheiro, não se falou de dinheiro, em absolutamente nada. Não teve ajuda da campanha. Na Casan, eu atendia inúmeras pessoas, inclusive ele. Mas em Blumenau, posso assegurar, dessa vez que ele falou, talvez mais uma outra. A tabela da Odebrecht mostra dois pagamentos, em 26 de julho de 2012 e 16 de agosto de 2012 para Napoleão, intermediados pelo senhor. Esses pagamentos existiram?Absolutamente não existiu nenhum pagamento.

 

O que diz Napoleão Bernardes:

 

Procurado pela reportagem após as 22h, o prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) não foi encontrado para comentar sobre o teor das citações nos pedidos de inquérito.

 

O que diz Décio Lima:

 

A reportagem entrou em contato com o deputado por meio dos números de telefone celular, mas as ligações não foram atendidas. Também tentamos contato via assessores de imprensa, porém o único retorno recebido foi que, em princípio, ele não se pronunciaria além da nota oficial já divulgada na terça-feira. Segue a nota: 

 

Em relação à menção do meu nome nas investigações do Supremo Tribunal Federal, recebo com tranquilidade, uma vez que confio que a verdade prevalecerá e a justiça será feita. Declaro que sou o maior interessado no esclarecimento de toda esta situação. É importante destacar que não sou réu e nem investigado em nenhum processo da Lava-Jato. A minha vida pública sempre foi pautada pela ética, lisura e transparência e a minha história demonstra a preocupação com a legalidade de todos os meus atos.

 

O que diz Ana Paula Lima:

 

A reportagem entrou em contato com a deputada por celular, mas as ligações não foram atendidas. Também tentamos contato via assessores de imprensa, porém o único retorno recebido foi que, ela não se pronunciaria além da nota oficial já divulgada na terça-feira. Segue a nota:

 

Em relação à citação do meu nome nas investigações do STF declaro serenidade e que estou à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos. Afirmo que não sou ré e nem investigada em nenhum processo da Lava Jato. Afirmo que as doações à minha campanha eleitoral foram declaradas e aprovadas pelos órgãos competentes, e que minha conduta pública é regida pelos princípios da ética, moral e legalidade.

 

O que diz Jean Kuhlmann:

 

Eu mantenho a mesma posição que divulguei em nota porque estou surpreso. Li agora há pouco através do site de vocês as delações, os depoimentos do tal do Paulo. Só dizem que autorizaram, mas em nenhum momento eu vi alguma coisa em que eles afirmam para quem foi entregue, de que forma foi. Não tem nada. E nem quem pediu. Os caras estão malucos. Realmente estou surpreso e muito mais surpreso ainda com a forma como isso está sendo colocado sem sequer deixar claro as coisas. Joga-se ao vento.Realmente nunca tive contato com eles. Nunca recebi absolutamente nada. Faço questão que isso seja esclarecido o mais rápido possível. Confio na Justiça. Acho que vamos poder logo ter esse esclarecimento de que isso é uma grande mentira.

 

O senhor teve algum contato com o Paulo Welzel?

 

Nem conheço. Não me recordo desse cidadão.

 

Menos ainda pedir algum valor, uma doação?

 

Não, óbvio que não, claro que não. Outro absurdo. Estive olhando também a (matéria da) petição. Eu era vereador em Blumenau de oposição ao PT. E ali o cara diz que eu influenciei um contrato da Odebrecht com o Porto de Laguna, que era administrado pelo PT? É um absurdo. Eu era vereador em Blumenau, nem sabia da existência do porto, administrado pelo governo federal, pelo PT. Coisas absurdas que são colocadas ao vento e que não fazem sentido nenhum. O que um vereador de Blumenau oposição ao PT poderia fazer num porto em Laguna administrado pelo PT? Não tem nexo. Então assim, estou muito indignado com essa colocação e tudo assim, em nenhum momento colocando alguma coisa concreta. É totalmente absurdo essas colocações e com certeza acredito que a Justiça vai mostrar que isso aí é uma pura mentira dos caras. Mostra o tipo de mentira deles, uma denúncia vazia como essa do porto de Laguna.

 

 

Jornal de Santa Catarina

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