Rui Car
29/07/2020 15h39

Pandemia impacta drasticamente no turismo do Alto Vale

Pequenas propriedades rurais estão entre as mais afetadas e retomada do setor deve ser um processo demorado

Assistência Familiar Alto Vale
Fonte: Diário do Alto Vale

Fonte: Diário do Alto Vale

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A pandemia de Covid-19 tem impactado diversas áreas, entre elas, o turismo é uma das mais afetadas. No Alto Vale, empreendimentos e propriedades rurais contabilizam prejuízos e convivem com a incerteza de não saber quando o setor poderá retomar o crescimento que é tão importante para garantir renda e ainda o desenvolvimento da região.

 

A assessora de Turismo da Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi), Fabiana Dickmann, disse que o Alto Vale está sentindo bastante a queda durante a pandemia e um dos fatores, além da baixa procura, é o fato de que muitos proprietários de pousadas e hotéis são pessoas idosas e que fazem parte do grupo de risco. A recomendação é sempre respeitar a legislação. “As normas são definidas pelo estado, os secretários de turismo fazem reuniões e discussões sempre e os responsáveis estão seguindo os protocolos exigidos, como atender com 50% da capacidade, por exemplo”, diz ela.
Fabiana explicou que, segundo a legislação, a visitação em cachoeiras e trilhas são permitidas, mas os guias trabalham com 50% da capacidade e com distanciamento de dois metros e, por isso, o Alto Vale não está recebendo muitos grupos. Mesmo nos locais que podem ser visitados a orientação é evitar o aglomero de pessoas. “A represa Perimbó em Petrolândia e a Serra do Tucano em Presidente Getúlio, estão sendo muito procuradas e faço um apelo para que as pessoas evitem de se aglomerar nestes e outros locais”, disse.

 

Em 2019, a assessora recebeu um prêmio nacional por conta de um projeto criado no espaço rural, chamado “Caminhos do Campo”. Em 2020, as regras de visitação e hospedagem mudaram o ritmo de trabalho especialmente nessas propriedades do interior.

 

Em Presidente Nereu, a proprietária do Sítio Vida Nova, Luzia Cuzik optou por não receber hóspedes desde o começo da pandemia no estado. “Aqui é um turismo de convivência, todas as refeições tem história, conversa, as pessoas participam fazendo pão, macarrão. Também gostamos de nos abraçar e é ruim não poder fazer tudo isso com quem vem nos visitar”, disse.

 

Luzia afirma que o local só deve reabrir quando a pandemia estiver diminuindo no estado e no Brasil. Apesar de tudo, ela revela que muitas pessoas ainda procuraram o sítio, pois gostariam de fazer a quarentena em locais mais próximos à natureza, curtindo a família e longe do foco de coronavírus em grandes centros.

 

Atualmente, sem a renda do turismo, os donos da pousada dizem que sobrevivem com a aposentadoria e a maioria do que consomem produzem no próprio sítio como queijo, ovos, carne, verduras, frutas e ervas.

 

Segundo Fabiana a situação do turismo no Alto Vale não é desesperadora, mas pessoas ligadas ao setor sabem que a retomada deve demorar. “Estamos organizados e precisamos continuar caminhando, pois tudo que compete a lazer e entretenimento está restrito. Somos otimistas, mas não romantizamos a realidade, vai demorar para conseguirmos operar como antes”, conclui a assessora.

 

Crescimento por hospedagem alternativa

 

Um serviço online que cresceu muito nos últimos anos e especialmente na pandemia é o site Airbnb, onde as pessoas podem anunciar, descobrir e reservar acomodações e meios de hospedagem. Por exemplo, um sítio particular pode ser alugado para um grupo através da plataforma. Para essas pessoas a política do site ofereceu ajuda aos cadastrados. As reservas feitas até março que foram canceladas, não geram custos ao anfitrião, nem ao hóspede. Além disso, o site fornece orientações e dicas de limpeza para ajudar na prevenção da propagação do novo coronavírus.

 

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