Rui Car
17/08/2023 14h16 - Atualizado em 17/08/2023 14h17

Pastor catarinense é preso na Operação Lesa Pátria

Operação cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão nesta quinta-feira (17)

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Pastor Dirlei Paiz (Foto: Divulgação / Redes sociais)

Pastor Dirlei Paiz (Foto: Divulgação / Redes sociais)

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O pastor Dirlei Paiz, morador de Blumenau, é um dos presos pela Polícia Federal em Santa Catarina, na Operação Lesa Pátria, deflagrada na manhã desta quinta-feira (17). A operação acontece em vários Estados do Brasil e apura crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

 

A informação da prisão do pastor foi confirmada junto à Câmara de Vereadores de Blumenau e também com amigos de igreja do pastor. Dirlei Paiz era responsável pela Igreja Assembleia de Deus Blumenau, localizada na rua Pastor Oswaldo Hesse, no bairro Ribeirão Fresco, ministério não ligado à CIADESCP.

 

Confirmo a informação da prisão do pastor, mas não tenho mais informações sobre ele. Conversei somente com o filho dele, que me disse que a Polícia Federal chegou de manhã cedo, chamaram por ele em casa pelo nome e ele imediatamente atendeu. Em seguida, foi levado por uma viatura”, afirmou Danilo Machado, amigo pessoal do pastor e frequentador da igreja, em Blumenau.

 

pastor preso nesta quinta-feira (17) ocupava o cargo comissionado de Coordenador Político na Câmara de Vereadores de Blumenau, no gabinete do vereador Almir Vieira (PP). Dirlei Paiz também já foi candidato a vereador, mas não foi eleito.

 

A diretoria de comunicação da Câmara de Blumenau informou à reportagem que iria se manifestar sobre a prisão do servidor por meio de nota e confirmou que ele não compareceu ao seu local de trabalho nesta quinta-feira (17).

 

Leia a nota da Câmara Municipal, na íntegra:

 

“Nota oficial

 

Vereador Almir Vieira recebeu a notícia do cumprimento do mandado de prisão através da mídia e está em contato com as autoridades para apurar o ocorrido. Dirlei trabalha um pouco mais de 2 meses e foi contratado devido aos seus trabalhos como líder comunitário em Blumenau, sendo membro de associação de moradores e trabalhando diretamente no relacionamento com a comunidade. O Presidente Almir Vieira é contrário aos atos antidemocráticos ocorridos no dia 08 de janeiro.

 

Além disso, esclarece que Dirlei Paiz ocupa o cargo em comissão de Coordenador Político, lotado no gabinete desde o dia 22/05/2023. Dentre os documentos que a Câmara Municipal solicita para a contratação está o de antecedentes criminais, ressalta-se que Dirlei Paiz não possuía antecedentes.

 

Quanto a questão da exoneração todas as providências cabíveis serão tomadas e a situação será encaminhada para o setor jurídico da Câmara de Blumenau, para que tudo ocorra dentro da legalidade.

 

Vereador Almir Vieira

 

Presidente da Câmara de Vereadores”.

 

Atuação de Dirlei nas redes sociais

 

Nas redes sociais, o pastor aparece em várias postagens nas concentrações realizadas após o resultado das eleições de 2022 em frente ao 23º BI (Batalhão de Infantaria) na rua Amazonas, no bairro Garcia em Blumenau.

 

O envolvimento dele com os atos de 8 de janeiro em Brasília, contudo, ainda não foi esclarecido. O ND+ realizou contato com o advogado de defesa do pastor preso. Contudo, até o momento, não houve retorno.

 

Nenhuma descrição de foto disponível.

 

Operação mira série de crimes, segundo PF

 

A Operação Lesa Pátria da Polícia Federal teve início nas primeiras horas desta quinta-feira (17). Em Santa Catarina, são cumpridos sete mandados de busca e apreensão e outros três mandados de prisão preventiva.

 

Conforme a PF, a operação visa identificar pessoas que promoveram e participaram dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.

 

Na ocasião, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por manifestantes que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos destas instituições.

 

Até o momento, a polícia confirma que duas prisões já foram efetuadas em Santa Catarina, ambas cumpridas pela Polícia Federal de Itajaí, que atende também a região de Blumenau.

 

Os alvos desta fase da operação são suspeitos de terem promovido o movimento chamado de “Festa da Selma”, que na verdade era um codinome previamente utilizado para se referir às invasões, segundo a Polícia Federal. Além disso, a PF aponta que o termo repassava detalhes sobre coordenadas e instruções para as invasões aos prédios públicos.

 

As investigações da PF estão voltadas, em tese, à apuração dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.

 

As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.

 
Fonte: ND+
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