Rui Car
26/11/2022 11h06

Petrobras perde R$ 103 bilhões em valor de mercado após eleição de Lula

Papéis da companhia recuaram 23% desde o 2º turno das eleições

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Foto: Arquivo / PT

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Desde o 2º turno das eleições presidenciais, as ações preferenciais da  Petrobras recuaram 25,5% e as ordinárias 21,4%, representando R$ 103,6 bilhões a menos em valor de mercado para a companhia, que viu seu preço na Bolsa de Valores cair de R$ 448,7 bilhões para 345,1 bilhões na quinta-feira (24).

 

Ainda na quinta, as ações ordinárias subiram 3,9%, mostrando leve recuperação, enquanto as preferenciais aumentaram 0,1%. O levantamento foi feito pelo Poder360 e confirmado pelo iG. 

 

Um dos cotados para a presidência da Petrobras ou para o Ministério de Minas e Energia, o senador Jean Paul Prates, membro da equipe de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta (24) que o próximo governo não deve ser “intervencionista” na estatal, mas ressaltou que a política de preço dos derivados do petróleo será do governo, e não mais da empresa.

 

Prates deve se reunir com os atuais presidentes da estatal nesta sexta (25) para discutir a transição na companhia. Segundo ele, Lula deve escolher ainda neste ano o próximo presidente da estatal. 

 

Na terça (22), em uma primeira reunião com integrantes do Ministério de Minas e Energia, Prates pediu para que fossem suspensas todas as vendas de ativos da empresa, para que o atual governo não esvaziasse o caixa da estatal para 2023. 

 

Isso fez com que o banco UBS rebaixasse a recomendação da Petrobras e reduzisse o preço-alvo das ações preferenciais de R$ 47 para R$ 22. 

 

Vale lembrar que a perda de valor de mercado não representa, na prática, perda de dinheiro, já que a companhia pode recuperar o preço das ações. O montante, no entanto, seria suficiente para bancar 52,3% do furo no teto de gastos proposto pelo governo de transição, de R$ 198 bilhões, para custear o Bolsa Família de R$ 600 e cumprir outras promessas de campanha. 

 

Também na última quinta-feira, Prates afirmou em suas redes sociais que “o debate sobre as oscilações nos valores das ações da Petrobras está sendo conduzido de forma leviana, o que conduz a uma compreensão enviesada da realidade e que dá espaço a interpretações, muitas vezes, mentirosas”. 

 

Ele também criticou os acionistas que veem a empresa como uma “vaca-leiteira de dividendos”. Em 2022, a empresa pagou R$ 217 bilhões em dividendos, três vezes mais do que o dividendo pago pela em 2021.

 

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou neste mês a distribuição de R$ 43,7 bilhões em dividendos para os acionistas. 

 

Fonte: Brasil Econômico / Poral IG
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