Rui Car
09/09/2020 16h16 - Atualizado em 09/09/2020 16h25

Plano de volta às aulas em SC prevê uso de máscara e distanciamento nas escolas; confira detalhes

Retorno está previsto para 13 de outubro e começará com alunos do ensino médio em atividades de reforço. Alunos não serão obrigados a voltar

Assistência Familiar Alto Vale
Fonte: NSC (Foto: Diorgenes Pandini, Banco de Dados, Diário Catarinense)

Fonte: NSC (Foto: Diorgenes Pandini, Banco de Dados, Diário Catarinense)

Delta Ativa

A volta das aulas presenciais em Santa Catarina começará com os alunos do ensino médio e terá inicialmente apenas atividades de reforço para os estudantes com dificuldades no aprendizado remoto. Os alunos não serão obrigados a retornar e os professores pertencentes a grupos de risco para o coronavírus vão seguir trabalhando de casa. Os detalhes do plano de retomada foram apresentados pelo governo catarinense na manhã desta quarta-feira (09).

 

A previsão é que o retorno ocorra no dia 13 de outubro, mas a confirmação da data ainda depende da evolução da pandemia. O aval final para a retomada será dado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). 

 

A volta da educação infantil ainda não está programada neste momento. Segundo o governo, tendo como base as condições atuais da pandemia de coronavírus, não há expectativa de que as aulas dessa modalidade sejam retomadas ainda em 2020.

 

O Plano de Contingência Estadual para Educação foi finalizado pelo governo e apresentado para a comunidade escolar na manhã desta quarta. Ele inclui orientações sanitárias como uso de máscara por professores e estudantes, distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas na sala de aula e aferição da temperatura de todos que entrarem nas unidades de ensino (confira as principais medidas abaixo).

 

No total, o documento estipula oito diretrizes de ações operacionais para o retorno das aulas presenciais, incluindo, além das medidas sanitárias, pedagógicas, de transporte, de alimentação, de gestão de pessoas e de informação e comunicação.

 

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta, o secretário de Educação, Natalino Uggioni, explicou que o plano vale inicialmente para a rede estadual de ensino, mas que poderá servir de base para os planos municipais. As escolas também vão criar protocolos próprios, a partir do documento elaborado pelo governo.

 

O secretário também informou que os municípios e as escolas particulares poderão adotar regras diferentes das estabelecidas na rede estadual, mas que terão que respeitar critérios básicos para a retomada. A volta do ensino infantil, por exemplo, precisará da autorização do governo e não está programada neste momento.

 

— Começarmos pelos maiores, que têm vestibular e Enem pela frente, e na sequência, a cada semana, os anos seguintes. Começamos pelo terceiro ano, depois o segundo, depois o primeiro, e assim sucessivamente. Mas nós vamos convidar para virem para as escolas não todos os alunos, nós vamos priorizar aqueles que estão apresentando dificuldades — explicou o secretário.

 

Natalino reforçou que as aulas presenciais não serão retomadas com a grade normal, mas apenas com atividades pedagógicas de reforço para os estudantes que estão com dificuldade de aprendizado no ensino remoto. Ainda assim, mesmo esses estudantes não serão obrigados a voltar para as atividades presenciais, frisou o secretário. Ele disse, no entanto, que a escola fará contato com os alunos e com os pais nos casos de estudantes com dificuldade para falar sobre a importância do reforço presencial.

 

Por conta da pandemia de coronavírus, o ensino presencial está suspenso desde 19 de março na rede pública e privada do ensino infantil, fundamental, médio e de jovens e adultos.

 

Capacitação de profissionais inicia na próxima semana

 

A partir da próxima semana, o Governo do Estado iniciará a fase de preparação e capacitação de formadores para auxiliar na elaboração dos planos de contingência das escolas. Conforme o governo, o objetivo é preparar os profissionais e a estrutura física da escola para que o retorno à sala de aula possa ocorrer de forma segura, quando houver condições sanitárias e epidemiológicas adequadas.

 

As capacitações de formadores serão realizadas regionalmente de acordo com as 16 regionais da Saúde de Santa Catarina, seguindo a matriz usada pelo Governo do Estado para Avaliação do Risco Potencial para Covid-19. Haverá a participação de representantes da Educação, Saúde, Defesa Civil, universidades e das instituições que integram o Comitê Estratégico de Retorno às Aulas Presenciais.

 

Diretrizes sanitárias

 

Medidas administrativas

 

– Avaliar a possibilidade de retorno gradativo das atividades escolares, com intervalos mínimos de 7 (sete) dias entre os grupos regressantes, em cada estabelecimento

 

– Avaliar inicialmente a possibilidade de retorno das atividades em dias alternados, para turmas alternadas, de forma a ampliar a possibilidade do distanciamento, considerando que esta ação disponibilizará maiores espaços e salas de aulas

 

– Definir, se possível, um “espelho” para cada sala de aula, de forma que cada aluno utilize todos os dias a mesma mesa e a mesma cadeira

 

– Providenciar a atualização dos contatos de emergência dos alunos (também dos responsáveis quando aplicável), e dos trabalhadores, antes do retorno das aulas, assim como mantê-los permanentemente atualizados

 

– Suspender todas as atividades que envolvam aglomerações, tais como festas de comemorações, reuniões para entrega de avaliações, formaturas, feiras de ciências, apresentações teatrais

 

– Suspender as atividades esportivas coletivas presenciais e de contato, tais como: lutas (artes marciais), futebol, voleibol, ginástica, balé e outras

 

– Avaliar a possibilidade pedagógica de que as aulas de educação física sejam temporariamente teóricas, na primeira etapa do retorno. E após sejam planejadas para serem executadas individualmente, sem contato físico, mantendo a distância de 2m entre os participantes e em espaços abertos (ar livre)

 

Higiene

 

– Orientar alunos e trabalhadores sobre a necessidade e importância de evitar tocar os olhos, nariz e boca, além de higienizar sistematicamente as mãos

 

– Estimular a comunidade escolar a utilizar frequentemente as preparações alcoólicas antissépticas 70% (setenta por cento) em formato de gel, espuma ou spray, para higienização das mãos

 

– Manter disponível um frasco de álcool gel 70% para cada professor, recomendando a este que leve consigo para as salas de aula para sistematicamente higienizar as mãos

 

– Recomendar aos professores que utilizem máscaras descartáveis (evitando as de tecido)

 

– Orientar aos alunos, trabalhadores e visitantes, que adentrarem ao estabelecimento, que deverão usar máscaras descartáveis, ou de tecido não tecido (TNT), ou de tecido de algodão, recomendando que as elas devem ser trocadas a cada 2 (duas) horas ou quando tornar-se úmida (se antes deste tempo)

 

– Orientar e estimular os alunos, trabalhadores e visitantes à aplicação da “etiqueta da tosse”

 

Espaço físico

 

– Readequar os espaços físicos, respeitando o distanciamento mínimo de 1,5 m (um metro e meio) em sala de aula. Nas atividades de educação física em espaços abertos, recomenda-se à distância de 2 m (dois metros) de distância

 

– Demarcar o piso dos espaços físicos, de forma a facilitar o cumprimento das medidas de distanciamento social, especialmente nas salas de aula, nas bibliotecas, nos refeitórios e em outros ambientes coletivos

 

– Suspender a utilização de catracas de acesso e de sistemas de registro de ponto, cujo acesso e registro de presença ocorram mediante biometria, especialmente na forma digital, para alunos e trabalhadores

 

– Evitar o uso de espaços comuns que facilitem a aglomeração de pessoas, como pátios, refeitórios, ginásios, bibliotecas, auditórios, entre outros

 

– Escalonar os horários de intervalo, refeições, bem como horários de utilização de ginásios, bibliotecas, pátios entre outros, quando estes se fizerem necessários

 

– Evitar o acesso de pais, responsáveis, cuidadores e/ou visitantes no interior das dependências dos estabelecimentos de ensino

 

– Assegurar que trabalhadores e alunos do Grupo de Risco permaneçam em casa, sem prejuízo de remuneração e de acompanhamento das aulas, respectivamente

 

– Aferir a temperatura de todas as pessoas previamente a seu ingresso nas dependências do estabelecimento de ensino, por meio de termômetro digital infravermelho, vedando a entrada daquela cuja temperatura registrada seja igual ou superior a 37,8 (trinta e sete vírgula oito) graus Celsius

 

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