Rui Car
11/04/2018 17h00 - Atualizado em 11/04/2018 15h40

População participa de audiência pública em Taió

Celesc sugere alteração na legislação sobre reflorestamento para reduzir quedas de energia

Assistência Familiar Alto Vale
Assessoria de Imprensa

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A audiência pública realizada em Taió para debater problemas e apontar soluções sobre o fornecimento de energia elétrica no Município reuniu dezenas de pessoas no plenário da Câmara de Vereadores. O tema central foi a relação de conflito gerada pela proximidade de áreas de reflorestamento com a rede elétrica.

 

A Celesc foi representada pelo chefe da agência regional, Manoel Arisoli Pereira, que apresentou números interessantes sobre a estrutura da companhia. No Alto Vale são mais de 14 mil quilômetros de rede, entre alta e baixa tensão, mais de 123 mil postes, 12 mil transformadores e oito subestações que fornecem energia para mais de 124 mil clientes.

 

A região do Vale Oeste possui 20.310 clientes, segundo Pereira, em 2017 o conjunto Taió ficou 19 vezes sem energia, a meta era reduzir pra 14, foram 30 horas com o fornecimento interrompido, quando a meta era reduzir para 21 horas. 80% dos casos de interrupção do serviço são causados por problemas relacionados com o meio ambiente, destes na grande maioria (95%) ligados às áreas de reflorestamento.

 

O chefe da agência regional defendeu uma harmonia entre áreas de reflorestamento e a rede elétrica, com compromissos que devem ser assumidos tanto por proprietários de áreas de reflorestamento, quanto pela Celesc. Pereira considera que sem um acordo comum será difícil conseguir reduzir a quantidade de quedas de energia. “70% dos nossos postes estão em localidades do interior”, afirmou.

 

O principal entrave é com o reflorestamento de eucalipto, espécie exótica que alcança facilmente mais de 30 metros de altura, e que em períodos como o verão solta casca que também se prende aos fios de energia, ou seja, mesmo em dias sem tempestade podem atrapalhar com a ajuda do vento. “O ideal para a Celesc seria que se respeitasse a faixa de 20 metros para cada lado da rede, aí se plantasse três carreiros de pinus que é uma árvore menor e que ajudaria a conter galhos e as cascas do eucalipto”, sugeriu Pereira.

 

Entre as soluções apontadas para resolver o problema estão: à regulamentação do plantio de árvores exóticas; o investimento em redes cobertas e tecnologia como o telecomando; limpeza nas faixas próximas à rede; e o aumento de equipes no verão, estação do ano em que se registra aumento significativo de ocorrências.

 

Diante dos questionamentos feitos e sugestões apresentadas, o poder Executivo representado pelo prefeito Almir Guski e o vice-prefeito Horst Alexandre Purnhagen, e o presidente da Câmara de Vereadores, Tiago Maestri sinalizaram estudar modelos de legislação que tem amenizado o problema em outros municípios. Vereadores e presidentes de câmaras de municípios vizinhos, como Pouso Redondo, Rio do Campo e Salete também estiveram presentes e sinalizaram que devem apoiar igualmente uma uniformização da legislação na região. “Foi uma audiência muito produtiva, serviu para tirar muitas dúvidas e principalmente ver que para solucionar o problema são necessárias várias etapas e a conscientização de todos”, concluiu Maestri.

 

A audiência pública “Energia x Reflorestamento” foi uma realização dos poderes Legislativo e Executivo, Celesc, CDL de Taió, Aciat e DEL.

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