Rui Car
07/03/2017 15h40 - Atualizado em 07/03/2017 14h09

Prefeitura de Rio do Sul rompe contrato com prestadora de serviços que gerencia a UPA 24h

Secretaria de Saúde cuidará da unidade a partir desta quarta-feira

Assistência Familiar Alto Vale
Assessoria de Imprensa

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Delta Ativa

A Secretaria de Saúde de Rio do Sul assumirá a partir de quarta-feira (8), a gerência e operação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h), do bairro Canta Galo. O Grupo de Apoio a Medicina Preventiva e à Saúde Pública (GAMP), ONG que atua na unidade desde a inauguração em setembro do ano passado foi notificada na manhã de hoje sobre o encerramento do contrato.

 

A justificativa é que o custo médio de qualquer procedimento feito na UPA é de aproximadamente R$ 110, quase quatro vezes mais do que a Secretaria de Saúde gasta para uma consulta ou exame especializado, por exemplo. Isso resulta em custos mensais elevados e que afetam diretamente o orçamento da secretaria de saúde. O repasse final de R$ 443 mil todos os meses para a GAMP manter a UPA em funcionamento hoje é inviável, segundo o prefeito José Thomé, que apresentou a decisão em coletiva de imprensa na manhã de hoje.

 

A mudança na gestão da UPA envolve ainda a mudança no horário de funcionamento da unidade, que será de segunda a sexta-feira das 6h às 22h. Nos sábados e domingos, o horário é das 6h às 18h. Esta decisão também já vale a partir de amanhã.

 

O prefeito José Thomé e o vice Paulo Cunha enfatizaram que a UPA 24h não será fechada. Mas a forma de custeio dela hoje é inviável e algo precisava ser feito urgentemente.

 

“Nós queremos dar qualidade ao atendimento e transparência na gestão. A condição financeira tem que ser adequada à realidade do município e isso precisa melhorar”, lembrou o prefeito Thomé.

 

A secretária de Saúde, Sueli de Oliveira, garante que o atendimento da UPA 24h pode ser feito normalmente com até R$ 150 mil ao mês, quase três vezes menos o orçamento atual. E que a demanda de atendimentos não é clara por não haver registros eletrônicos. Além disso, a secretaria de Saúde poderá oferecer serviços novos na unidade como atendimento odontológico e exames laboratoriais com resultado mais rápido e baratos.

 

“Em nenhum momento pensamos em fechar a UPA. Ela tem um serviço essencial e que a população tem avaliado positivamente. O funcionamento dela precisa custar menos e a secretaria de saúde pode tranquilamente fazer a gestão mais eficiente da unidade”, comentou o vice-prefeito Paulo Cunha.

 

Ministério da Saúde não garante credenciamento nos próximos meses

A documentação que pede o credenciamento da unidade junto ao Ministério da Saúde foi entregue em janeiro deste ano e o prefeito já esteve em duas oportunidades com o ministro Ricardo Barros para discutir o assunto. Na semana passada, a equipe técnica do ministério informou à secretária de Saúde de Rio do Sul, Sueli de Oliveira, que não há prazo para que o credenciamento seja feito pelo menos nos próximos seis meses.

 

Desta forma, o prefeito Thomé, o vice Paulo Cunha e a equipe da Secretaria de Saúde tomaram a decisão de mudar a forma de gerenciamento da unidade pois os custos teriam ainda mais impacto no orçamento. A ideia era que o repasse mensal de cerca de R$ 170 mil do Ministério da Saúde amenizasse o custeio da unidade para o município. Mas como a previsão de análise do credenciamento foi prorrogado, o município entraria em um colapso orçamentário.

 

Os cerca de 70 funcionários que hoje atuam na UPA 24h devem ser comunicados pela Secretaria de Saúde sobre a mudança e será oferecido um contrato emergencial até que a solução devida seja tomada.

 

Hospital Regional garantirá atendimentos como forma de parceria

No horário em que a UPA estará fechada, das 22h as 6h, o impacto de atendimento à comunidade deverá ser muito pequeno. É o que avalia o primeiro vice-presidente da Fusavi, Giovani Nascimento. A entidade que gerencia o Hospital Regional Alto Vale será parceira do município neste momento em que a UPA busca um novo modelo de atendimento. 

 

Desde que a unidade foi aberta em setembro do ano passado, o volume de atendimentos do HRAV caiu muito pouco. “Se em média 10 pacientes eram atendidos por madrugada, agora são oito”, salienta.

 

O Hospital Regional tem capacidade de absorver a demanda da UPA no momento em que ela estiver fechada e isso não deverá causar nenhum tipo de problema para a população, ressalta a secretária de saúde, Sueli de Oliveira.

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