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Uma grande nuvem de poeira vinda do deserto do Saara, no Norte da África, avança pelo oceano Atlântico em direção ao continente americano. A camada poeira foi detectada por satélites nesta semana.
A travessia da chamada pluma de poeira saariana é comum e costuma ocorrer, principalmente, entre os meses de junho, julho e agosto, quando ocorre o final da primavera e o início do outono no Hemisfério Norte. Mas, a nuvem do Saara traz algum reflexo a Santa Catarina?
De acordo com Marcelo Martins, meteorologista da Epagri/Ciram, a chegada da grande nuvem de poeira saariana não traz efeitos às regiões do Brasil, com exceção do Norte do país.
Isso porque, conforme o meteorologista, a própria rotação da Terra impede que fenômenos que ocorrem no Hemisfério Norte “desçam” para o Hemisfério Sul.
Sendo assim, a chamada pluma de poeira do deserto fica restrita, sobretudo, à região da América do Norte e América Central, onde se mostra como uma névoa, segundo o portal de meteorologia Metsul.
Essa massa de ar extremamente seca e empoeirada se forma sobre o deserto do Saara e é elevada à atmosfera através dos ventos, sendo arrastada pela parte Norte do oceano Atlântico.
A poeira saariana tende a inibir a formação de ciclones tropicais como tempestades e furacões. Isso porque um ciclone tropical precisa de um ambiente quente, úmido e calmo. A camada de partículas, que pode chegar a três quilômetros de espessura, pode inibir a visibilidade em algumas regiões.
Benefícios para a floresta amazônica
Dados coletados pela Nasa resultaram em um estudo que mostrou que a poeira do Saara é benéfica para a floresta amazônica porque contém nutrientes importantes que fertilizam o solo.
A poeira levantada está carregada de fósforo, que é essencial para o crescimento das plantas. Os nutrientes, os mesmos encontrados em fertilizantes comerciais, são escassos nos solos amazônicos.
Folhas caídas em decomposição e matéria orgânica fornecem a maioria dos nutrientes, que são rapidamente absorvidos pelas plantas e árvores após entrarem no solo.
Alguns nutrientes, entretanto, incluindo o fósforo, são levados pela chuva para riachos e rios. O fósforo que atinge os solos amazônicos a partir da poeira do Saara – uma estimativa de 22.000 toneladas por ano – é quase a mesma quantidade perdida pela chuva e inundações.