Rui Car
21/09/2021 17h05

Quase 94% das cidades de SC aplicaram doses “erradas” de vacina em adolescentes

Dive apurou que 277 cidades registraram o uso de doses contra a Covid-19 sem aval da Anvisa para esta faixa etária

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Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom

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Dive/SC (Diretoria de Vigilância Sanitária) realizou um levantamento e apurou que 277 cidades catarinenses aplicaram doses “erradas” de vacina contra a Covid-19 em adolescentes. Isso corresponde a 93,4% dos municípios do estado.

 

Ministério da Saúde expôs, na última quinta-feira (16), que 797 adolescentes em Santa Catarina receberam doses de fabricantes que não têm aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para esta faixa etária. O Estado corre para investigar a causa dos erros.

 

Na coletiva de imprensa concedida na última semana pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a informação de equívocos de aplicação – doses diferentes da Pfizer – foi um dos motivos justificados pela pasta para pedir a suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidades no Brasil.

 

Mesmo assim, junto com outros estados, Santa Catarina optou por manter a imunização de todos o público de 12 a 17 anos.

 

Segundo as informações da Dive sobre a apuração dos erros de aplicação de doses no Estado, a área técnica da diretoria encaminhou um ofício na última sexta-feira (17) para que os municípios fizessem uma conferência das informações.

 

A orientação é que a correção dos dados seja feita de forma célere. Os municípios vão verificar se houve aplicação indevida mesmo ou erro de registro, por exemplo”, diz a nota emitida pela Dive. A lista dos municípios que aplicaram doses erradas ainda não foi divulgada.

 

A ideia é que os dados sejam validados rapidamente e, caso tenha algum problema, ele seja reportado a Diretoria de Vigilância Epidemiológica.

 

De acordo com o presidente do Cosems/SC (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina), Daisson Trevisol, a indicação para todos os municípios catarinenses neste momento é para que todos verifiquem se houve erro no sistema.

 

Demora para conferir”, garantiu. Ainda não há uma confirmação se haverá uma busca ativa em quem possa ter recebido a dose da marca que não possui o aval da Anvisa. Para evitar novos erros, Trevisol afirma que os municípios devem passar a ter mais atenção a partir de agora.

 

Vacina contra Covid-19 é segura e eficaz em adolescentes?

 

A maior parte das secretarias estaduais de Saúde, incluso a de Santa Catarina, optou por manter o calendário por conta dos estudos de eficácia, mesmo depois do pedido de suspensão feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

 

O próprio Queiroga chegou a voltar atrás da decisão, nesta segunda-feira (20). A decisão de continuar com a aplicação de doses da Pfizer nesta faixa etária é certeira, segundo os estudos científicos.

 

Tivemos relato de apenas um caso grave no Brasil, que foi comprovado não ter relação com a vacina. Os efeitos adversos que preocupam são tão pouco frequentes que são difíceis de calcular – é menor que  0,005%”, diz o biomédico e infectologia Jefferson Russo Victor, que também é professor de medicina na Unisa (Universidade de Santo Amaro).

 

A Anvisa liberou apenas o imunizante da Pfizer para adolescente de 12 a 17 anos. Até o último dia 15, o órgão recebeu 32 notificação de efeitos adversos relacionados a Pfizer a serem investigados em um universo de milhões de vacinados.

 

Nos Estados Unidos, quase metade deste grupo já tinha tomado a primeira dose nos Estados Unidos até o fim de julho. Um terço já completara o esquema vacinal.

 

Para a liberação do imunizante, dois estudos foram apresentados pela farmacêutica publicados nos dias 11 de dezembro de 2020 (referente aos jovens com mais de 16 anos), e em 10 de maio (com resultados da aplicação entre adolescentes de 12 a 15).

 

A conclusão é que os benefícios são bem maiores que os riscos potenciais. Somente nesta última pesquisa, 2260 participantes foram observados.

 

Destes 1132 foram de fato vacinados e outros 1129 receberam placebo – a escolha foi feita de forma aleatória. Foi constatado que a eficácia da vacina e a produção de anticorpos é tão alta como a registrada em adultos.


POR: LORENZO DORNELLES – ND+

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