Os adolescentes e jovens foram os mais afetados pelo crescimento de casos de Covid-19 em Santa Catarina durante o mês de novembro.
De acordo com o último boletim do Necat (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense), entre os dias 1º e 28, o número de infectados entre 10 e 29 anos cresceu 38%.
O levantamento considera as duas faixas etárias: de 10 a 19 e de 20 a 29 anos.
Nos grupos com idade de 30 a 39 anos e 50 a 59 anos, o crescimento foi de 35% e 36%, respectivamente.
Também houve aumento de 26% em crianças de até nove anos infectadas pelo novo coronavírus.
ores que levam ao aumento de casos nessa faixa etária. Aliado a isso, está o aumento da testagem.
Os mais jovens, segundo ele, entendem o risco a que se expõem, mas ainda acreditam que a Covid-19 é uma “gripezinha”. O exemplo são praias lotadas e festas em meio à pandemia.
“Houve o descontrole total da mobilidade social. Se continuarmos nos expondo desse jeito, sem dúvidas haverá mais casos e mais mortes. As pessoas sabem que o risco aumentou e que a doença está cada vez mais perto. Elas têm que se dar conta disso”, alertou.
Em números absolutos, desde o início da epidemia em Santa Catarina até o último domingo (29), 20.482 crianças e adolescentes de 10 a 19 anos foram infectados pelo vírus. Entre os menores de até nove anos, o total é de 10.166 contaminados.
Mas é entre os jovens de 20 a 29 anos que está o maior número de infectados: 75.558. O que representa 21% do total de casos no Estado. Foram registradas 28 mortes em decorrência da doença no grupo.
30 mil infectados em 7 dias
Além do crescimento de casos entre os mais jovens, a velocidade com que o vírus se espalha também aumentou. No período de 19 a 26 de novembro o número de infectados cresceu 10,5%. O que significou 31.614 pessoas contaminadas em apenas uma semana.
Para medir a velocidade de expansão da pandemia, o Necat avalia ainda o tempo necessário para que sejam confirmados 10 mil casos. Atualmente é preciso apenas dois dias para atingir esse patamar.
Em março, foram necessários 82 dias para atingir a marca após a confirmação dos primeiros casos. O período foi diminuindo com a evolução da pandemia. Já em julho, o tempo foi reduzido para 20 dias.
A velocidade se manteve até a primeira semana de agosto, quando o estado passou de 90 mil para a marca de 100 mil casos em dois dias. Uma desaceleração só foi notada a partir da segunda semana daquele mês — momento em que eram necessários cinco dias para aumentar em 10 mil casos.
Em setembro, a desaceleração foi maior: de sete dias para atingir a marca. A mudança no cenário foi percebida a partir da segunda semana de outubro e piorou com a passagem dos dias. Ao final do mês para se atingir 10 mil casos eram necessários quatro dias.
Dobro de casos ativos
Outro indicador usado pelo Necat é o número de casos ativos. Entre o dia 1º e 26 de novembro, foi verificado um aumento de 112% nesse total. Isso significa que o número de casos aumentou 2,2 vezes ao final deste mês.
“Esse patamar indica que a virose, no momento, se encontra sem qualquer impeditivo para continuar se disseminando no Estado”, afirma o texto assinado pelo professor da UFSC, Lauro Mattei.
Há ainda o aumento da média móvel de casos que chegou a 4.516 notificações diárias na última semana. No começo do mês, a taxa era de 2.022 registros diários.
POR: CATARINA DUARTE E BRUNA STROISCH – ND+