Rui Car
23/12/2022 14h57

Santa Catarina amplia esforços para erradicar zoonoses dos rebanhos

Entidades têm investido em ações para cessar com a brucelose e a tuberculose bovina pelo Estado

Assistência Familiar Alto Vale
Foto: Divulgação

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Santa Catarina é o quarto maior produtor de leite do Brasil. Prezando pela segurança do alimento, entidades públicas e privadas têm trabalhado constantemente para erradicar zoonoses como a brucelose e a tuberculose bovinas, no intuito de oferecer um leite mais saudável e qualificado.

 

Exemplo disso é o trabalho realizado em uma propriedade certificada, que fica em Nova Erechim – a aproximadamente 45 km de Chapecó. Nela, quatro adultos de uma família se dividem para produzir 35 mil litros de leite por mês, um produto seguro e que até vale mais na hora da comercialização.

 

A brucelose e a tuberculose bovinas podem ser transmitidas para as pessoas por meio do contato direto com o rebanho e até a partir do consumo de produtos derivados. Por isso o cuidado é tão importante. Segundo o produtor Silvio Satori, que trabalha na propriedade, o leite produzido por vacas saudáveis, além de ser livre de doenças, tem mais valor agregado e muito mais qualidade.

 

O Certificado de Propriedade livre dessas zoonoses, pedido pela Cidasc, é feito depois que algumas etapas são cumpridas. Na grande parte dos municípios catarinenses, quem ajuda os produtores nesse trabalho, além de fornecer toda a orientação necessária, é o ICASA, Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária. Por meio dele, os veterinários fazem o acompanhamento diretamente no campo.

 

O veterinário e extensionista do ICASA, Felipe Fonini, explica que a propriedade para receber os profissionais precisa estar organizada. Os animais devem receber brincos, de acordo com o sistema. Após os processos, o médico veterinário coleta o sangue dos animais e faz o teste de tuberculose. Seis meses depois outro teste é feito e, se os dois tiverem resultados negativos, a propriedade é considerada livre de brucelose e tuberculose.

 

Atualmente já são quase duas mil propriedades certificadas em Santa Catarina. A incidência dessas zoonoses no Estado não chega a 1% e a meta é atingir níveis cada vez mais insignificantes.

 

Luciane Surdi, veterinária e consultora técnica ICASA, ressalta a importância de comprar animais que tenham feito o exame ou que venham de uma propriedade certificada. Ela conta que essa é uma garantia de que o produtor não está levando a doença para o seu rebanho, algo que pode prejudicá-lo economicamente.

 

Quanto maior a qualidade, maior o lucro

 

Como Silvio Satori comentou, há mais valor agregado ao produto e as propriedades certificadas têm um grande diferencial na hora de negociar preços com os laticínios. E a indústria também vislumbra o mercado externo. Atualmente, alguns países, inclusive, já exigem esse tipo de reconhecimento. E o tema foi debatido no 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura, que ocorreu em novembro, na cidade de Chapecó.

 

Todos esses processos são importantes para que tenhamos uma segurança maior de que o nosso leite está sendo produzido por animais saudáveis e, assim, podermos galgar novos mercados.

 

É um trabalho importante, que permite a segurança de todo o processo, trazendo a certeza de que estamos consumindo um produto com qualidade, seguro, livre de tuberculose e brucelose.

 

Fonte: Agro, Saúde e Cooperação / ND+
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