Rui Car
14/03/2023 16h39

SC é destaque em carros elétricos com terceiro maior número de eletropostos no país

Estado possui uma das maiores rotas eletrificadas, com 1.500 quilômetros de extensão

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Foto: Divulgação / ABVE

Foto: Divulgação / ABVE

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Santa Catarina é o terceiro Estado com maior número de eletropostos do Brasil. Levantamento da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) mostra que são cerca 230 pontos distribuídos, o que corresponde a 8% do mercado brasileiro. São Paulo, com 1.288 (45,6%), e Rio Grande do Sul com 286 (10%), são os dois primeiros.

 

Esses números correspondem a eletropostos públicos (em praças, ruas, avenidas) e semipúblicos (em shoppings, estacionamento de lanchonetes, lojas, postos de combustível). Ou seja, que estão disponíveis, teoricamente, para qualquer veículo elétrico plug-in, porém localizados em algum estabelecimento privado.

 

O Corredor Elétrico Catarinense — um dos maiores do país, com mais de 1.500 quilômetros de rotas eletrificadas – de responsabilidade da Celesc foi o impulsionador dessa posição de Santa Catarina. Ao todo, 34 estações de recarga foram instaladas de Norte a Sul e de Leste a Oeste de Santa Catarina, interligando os Estados do Sul via BR-101.

 

O “Estudo Inédito McKinsey – Acelerando a Mudança Rumo à Mobilidade Sustentável no Brasil” destacou que o mercado de veículos elétricos deve manter forte crescimento nos próximos anos, especialmente com o desenvolvimento da tecnologia de baterias e estações de carregamento.

 

O estudo indica que a frota de automóveis e comerciais leves brasileira deve atingir 11 milhões de unidades em 2040, o que representaria mais de 20% da frota circulante atual e um mercado de US$ 65 bilhões.

 

A preocupação com questões de sustentabilidade e a melhora de competitividade dos custos de propriedade de veículos elétricos em relação a modelos similares à combustão (que incluem, além do valor de aquisição, gastos com manutenção e combustíveis, por exemplo). Dependendo do uso, em poucos anos já será mais vantajoso ter um elétrico na garagem.

 

Um modelo elétrico de entrada e de uso intensivo, em dois anos, já deve ter um custo de propriedade menor do que o equivalente à combustão. Já em modelos de uso pessoal e de uso menos intenso, deve demorar de cinco a seis anos para que o modelo elétrico fique mais vantajoso”, disse Daniele Nadalin, senior manager da empresa.

 

Veículos leves eletrificados em Santa Catarina

 

Segundo a ABVE, o Estado de Santa Catarina emplacou, em 2022, um total de 3.138 veículos leves eletrificados, nos quais estão incluídos os modelos BEV (100% elétricos), os híbridos com recarga externa plug-in (PHEV) e os híbridos sem recarga externa (HEV). A participação catarinense no total de emplacamentos de veículos eletrificados no Brasil, no ano passado, foi de 6,4%.

 

Entre as capitais brasileiras, Florianópolis ocupa a 11º posição no ranking anual com maior número de emplacamento no país. Ela também lidera os municípios catarinenses com 557, seguida por Balneário Camboriú (307), Blumenau (241), Joinville (239) e Itajaí (181).

 

Entre os modelos de veículos eletrificados mais vendidos em Santa Catarina entre janeiro de 2022 a janeiro deste ano estão: Corolla Cross (750); Corolla (360); XC60 (269); XC40 (179) e Tiggo 8 (176).

 

Dados obtidos junto ao Detran de Santa Catarina mostram que nos últimos nove anos os veículos elétricos que incluem as versões elétrico/fonte externa (modelos plug-in, cujas baterias são abastecidas por meio de tomadas elétricas), elétrico/fonte interna e o híbrido, que combinam motores a combustão e motores elétricos, subiram de 361 em 2014 para 200.081 em 2022.

 

Benefícios dos veículos elétricos

 

A ABVE sustenta que é um grande benefício o uso de veículos movidos à energia elétrica em relação aos que utilizam gasolina, etanol e diesel, já que eles não emitem gases poluentes e preservam o meio ambiente. Os veículos com motor elétrico são mais eficientes e possuem um rendimento maior, ou seja, consomem menos energia para realizar o mesmo esforço dos motores a combustão. Além disso, eles também apresentam menos desgastes nas peças dos motores e não exigem a troca de óleo.

 

Outra vantagem é a possibilidade de abastecê-los em casa. Os modelos disponíveis no mercado podem ser recarregados em qualquer tomada residencial com um equipamento portátil. De outra maneira, as montadoras também oferecem equipamento próprio para recarga residencial.

 

Quando o preço do litro da gasolina ultrapassa R$ 5,57, também é um grande motivador. E não precisa fazer muita conta para entender a vantagem: para encher um tanque de 40 litros pagando R$ 5,57 por litro, o consumidor terá uma despesa de R$ 222,80. Já carregando o veículo em uma tomada 220V-20A, que tem potência de 4.400W (por 10 horas), o consumo será de 44 kW/h. Como em Santa Catarina o custo do kW/h é de pouco mais de R$ 0,57 em uma residência comum, o gasto para “encher o tanque” seria de aproximadamente R$ 25,08.

 

A autonomia, é claro, depende de cada modelo de veículo, do tamanho da bateria e da potência que o carro aceita. Antes os carros elétricos tinham autonomia de até 200 km, os novos costumam ter mais de 400 km, até 600 km. Os mais vendidos no Brasil estão com faixa de autonomia entre 350 a 400 km.

 

Segundo Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa especializada em soluções para todo o ecossistema da eletromobilidade, existe um mito que a eletromobilidade é algo mais voltado para um público específico, que tem maior poder aquisitivo. “A eletromobilidade vem avançando muito nos últimos anos e pode transformar a realidade dos municípios do Brasil. Isso porque os elétricos estão presentes em cada vez mais setores, da logística ao transporte público, e a primeira experiência com os eletrificados de muitos está nos ônibus elétricos”, afirmou o executivo.

 

Distribuição de eletropostos pelos principais Estados:

 

1 – São Paulo: 45,6% (1.288)

2 – Rio Grande do Sul: 10% (286)

3 – Santa Catarina: 8% (229)

Fonte: Tupinambá Energia/ABVE

 

Emplacamentos de veículos leves eletrificados de SC em 2022

 

1 – Florianópolis: 557

2 – Balneário Camboriú: 307

3 – Blumenau: 241

4 – Joinville: 239

5 – Itajaí: 181

 

Fonte: Paulo Rolemberg / ND+
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