Rui Car
01/03/2017 11h37 - Atualizado em 01/03/2017 09h15

Suspeito de triplo homicídio em SC tinha BO por ameaça e medidas protetivas decretadas

Como teria acontecido a chacina?

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Diário Catarinense

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Delegado da Polícia Civil responsável pela investigação do triplo homicídio ocorrido na noite de segunda-feira em Cunha Porã, no Oeste de Santa Catarina, Joel Speccht confirmou à reportagem do DC que havia um boletim de ocorrência por ameaça feito por uma das vítimas, Rafaela Horbach, 15 anos, contra Jackson Lahr, de 24 anos, que foi preso em flagrante após o crime. Ele tem um filho de dois meses com Rafaela, com quem disputava judicialmente o pagamento de pensão e o direito de ver a criança.

 

De acordo com o delegado, também foram adotadas medidas protetivas para a vítima, impedindo a aproximação de Jackson, embora não tenha certeza se estava ainda em vigor.

 

O delegado também afirmou que o auto de prisão em flagrante foi com base em três feminicídios, além da tentativa de homicídio contra Gilvane Meyer, 25 anos, marido de uma das vítimas. Apesar de Jackson ter afirmado que não lembra do assassinato das três irmãs e ter confirmado apenas as agressões com faca a Gilvane Meyer, 25 anos, que está internado no Hospital Terezinha Gaio Basso, em São Miguel do Oeste, o delegado afirmou que está certo da autoria.

 

– Não há dúvida – declarou.

 

Ele também enquadrou o caso em feminicício, que aumenta a pena de 1/3 até a metade, pela relação de convivência com Rafaela, de quem tinha sido namorado, e também pelo filho, além da relação de convivência com as cunhadas, Julyane e Fabiana, que também foram mortas.

 

Além do feminicídio, que é uma qualificadora, o delegado também colocou no auto de prisão a qualificadora de ter utilizado meio que dificultou a defesa das vítimas.

 

Como teria acontecido a chacina

Jackson chegou à casa onde estavam as três irmãs e Gilvane Meyer, além do bebê de dois meses, e começou a agredir todos, com exceção do bebê, com golpes de faca. Meyer salvou-se fingindo-se de morto e depois indo buscar socorro num vizinho.

 

Três horas depois do crime, por volta das 23h, a Polícia Civil prendeu Lahr no hospital de São Carlos, onde ele foi fazer curativo de uma lesão na cabeça que sofreu na luta contra Meyer.

 

De acordo com o delegado, depois do crime Lahr foi até a propriedade onde mora, no interior de Cunhataí, trocou de roupa e pediu para um familiar levá-lo ao hospital, alegando que sofreu o ferimento numa queda.

 

Ele foi levado para Maravilha, onde prestou depoimento, e encaminhado para a Cadeia Pública da cidade, por volta das 5h. Ele indicou uma advogada para defendê-lo, mas a profissional estava em viagem no litoral de SC. Por isso, o suspeito foi acompanhado por um defensor público.

 

– Fica claro a inconformidade dele com o término do relacionamento – afirmou o delegado.

 

Specht disse que, durante o depoimento, Lahr reclamou que estava sendo exigido um valor alto de pensão e não estava sendo permitida sua visita ao filho.

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