Por Diogo Vargas / NSC
Terrível a cena de um veículo argentino embaixo de um imenso contêiner em mais um trágico acidente de trânsito na BR-470, na região do Alto Vale de Santa Catarina, na tarde de terça-feira. Vídeos publicados em redes sociais mostram o desespero de pessoas que pararam na tentativa de salvar as vítimas presas nas ferragens.
As informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) são de que três argentinos morreram. O acidente foi em Pouso Redondo. Na segunda-feira um caminhoneiro já havia morrido nas proximidades em uma colisão envolvendo dois caminhões.
A BR-470 é considerada, proporcionalmente, a rodovia mais violenta de Santa Catarina na avaliação de policiais rodoviários federais. Isso principalmente pela gravidade das colisões frontais na via, que está muito aquém da quantidade de veículos que transitam por ela.
O acidente de terça-feira com os argentinos aconteceu na região da Serra da Santa, um local extremamente perigoso, em que motoristas se arriscam com ultrapassagens perigosas e excesso de velocidade. Segundo divulgou o Jornal do Almoço, uma árvore teria caído na pista antes do acidente.
Impossível não lembrar das tragédias rodoviárias com ônibus argentinos na mesma rodovia e também em Pouso Redondo. Foi há 18 anos, nos dias 12 e 13 do ano 2000. O primeiro foi quando um ônibus que levava turistas argentinos para Balneário Camboriú perdeu o controle e bateu de frente em um ônibus brasileiro.
Em seguida, os destroços do ônibus foram atingidos por um micro-ônibus. Ao todo, 39 pessoas morreram. No outro dia, um outro ônibus da Argentina tombou nas proximidades e cinco pessoas perderam a vida. De lá para cá foram anos sangrentos e mortes não pararam de ser registradas na rodovia saturada e totalmente insegura. Uma lástima.
Claro que há imprudência que agrava o cenário, mas nada justifica a demora para a conclusão das obras de duplicação tão importantes para o contexto do Estado e do Sul do Brasil. Agora, há informações da PRF que um lote está paralisado e não se tem nenhuma perspectiva de retomada dos trabalhos, quem dirá de término de toda a construção.
O que falta para os catarinenses se mobilizarem novamente e exigirem de vez a priorização das ações para salvar vidas na BR-470?
