Rui Car
18/08/2020 11h11

Trabalhadores dos Correios no Alto Vale aderem à greve nacional

Na região serviço já é afetado em várias cidades, especialmente a entrega de cartas

Assistência Familiar Alto Vale
Reportagem: Cláudia Pletsch (Foto: Helena Marquardt) Diário do Alto Vale

Reportagem: Cláudia Pletsch (Foto: Helena Marquardt) Diário do Alto Vale

Delta Ativa

Nessa segunda-feira (17) a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect) anunciou a greve dos trabalhadores em todo o Brasil. No Alto Vale diversos funcionários aderiram à paralisação hoje.  Foi o que aconteceu no Centro de Distribuição dos Correios em Rio do Sul onde 10 dos 26 trabalhadores cruzaram os braços e permanecem em frente ao prédio.  Segundo os grevistas a mobilização já afeta o serviço de entrega de cartas em toda a região.

 

Segundo a nota divulgada pela Fentect o motivo da greve foi a revogação do atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021. Com a revogação foram retiradas 70 cláusulas de direitos como: 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais entre outros. Além disso, segundo a entidade, o descaso e negligência com a saúde e vida dos trabalhadores na pandemia da Covid-19 e a privatização dos Correios também é uma motivação para a greve.

 

Cristiano Dirksen é um dos trabalhadores do Centro de Distribuição dos Correios em Rio do Sul  e ressalta que a perda dos benefícios garantidos pelo acordo coletivo é a motivação da paralização na cidade. “Ano passado a gente ganhou o Acordo Coletivo de dois anos, a empresa recorreu no Supremo Tribunal Federal e conseguiu uma liminar para apenas um ano, como venceu agora, de 79 cláusulas do acordo a empresa retirou 70. Além de nós não termos aumento há anos essa retirada das cláusulas retira muitos dos nossos direitos além da CLT, como vale alimentação e acidente de trabalho por exemplo”, explica.

 

Segundo Cristiano além de Rio do Sul as cidades de Taió, Agrolândia e Presidente Getúlio são afetadas pela paralização que deve ganhar mais adesão nas próximas horas. Ele conta que por enquanto  a entrega de encomendas está normalizada, já a entrega de cartas foi afetada nas primeiras horas da greve.

 

O que diz os Correios

 

Em nota divulgada pelos Correios a empresa diz que “não pretende suprimir direitos dos empregados” e ainda explica que o motivo da revogação é cuidar da sustentabilidade financeira da empresa para retomar o poder de investimento e a estabilidade para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia. “A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período,  dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida”, explica em nota.

 

Para casos sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.

 

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