Rui Car
06/11/2020 06h32

TSE admite não ter controle sobre pesquisas eleitorais municipais

Tribunal têm dificuldades principalmente em cidades pequenas e no interior

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Uma matéria publicada pelo site O Globo, sexta-feira (30) destaca que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não consegue ter controle sobre pesquisas eleitorais nestas eleições municipais.

 

Mais preocupado no combate das chamadas “Fake News”, o TSE estaria deixando escapar um esquema capaz de influenciar os resultados eleitorais, principalmente nas pequenas cidades do interior do país, que são as pesquisas fraudulentas.

 

A matéria mirou principalmente nas pesquisas bancadas pela própria empresa que realiza o levantamento, que triplicaram este ano, segundo dados do próprio tribunal. Até dia 29, 3.499 pesquisas foram registradas nesse molde – 174% a mais na comparação com o mesmo período em 2016 (1.279).

 

Passando a Régua apurou que duas pesquisas deste modelo foram publicadas em Ipaussu (27 km de Ourinhos), com resultados distintos, uma colocou o atual prefeito, Serginho (PSDB) na frente dos seus concorrentes: Luizão (PSD) e Mauro da MM (PV) e outra coloca Luizão na liderança. Confira abaixo as pesquisas, que não são muito confiáveis.

 

A primeira a ser publicada foi a que colocou o atual prefeito de Ipaussu, Serginho em primeiro.

 

 

Essa pesquisa foi feita pela empresa Data News Brasil Opinião Pesquisa e Consultoria Ltda, de Barretos (SP), registrada no dia 1º de outubro e foi divulgada dia 7/10 e custou R$3.000,00. Ela mesmo aparece como sendo a empresa contratante, o que é estranho, pois não foi apresentada uma nota fiscal.

 

Foram entrevistadas 455 pessoas. Confira abaixo questionário usado:

 

Depois desta primeira pesquisa, outras duas foram encomendadas, uma que não foi divulgada ainda, que foi feita pela mesma empresa que fez uma pesquisa em Ourinhos, a Agili Pesquisas e Marketing Eireli, de Londrina (PR),  que teve o seu resultado contestado aqui na cidade e outra pesquisa que foi feita pela Gráfica e Editora Valente Fartura Ltda, da cidade de Fartura (SP).

 

A pesquisa que não foi divulgada, da empresa Agili, foi encomendada pela candidata a vice prefeita, Joana Rosa Aparecida Leite Brescansim, a “Rosinha” (PL) (que está com Luizão) e aconteceu do dia 7 de outubro ao dia 13/10, mas ainda não teria sido divulgada. Procuramos a candidata Rosinha, porém, ela não respondeu as nossas mensagens e não retornou nossas ligações. Gostaríamos de saber qual foi o resultado e porque ainda não houve a divulgação de uma pesquisa que custou R$7.500,00 e foi paga com fundo eleitoral.

 

Estranhamente surgiu dias depois, a outra pesquisa, agora sim nos moldes da primeira, onde a própria empresa Gráfica e Editora Valente Fartura Ltda – Me, pagou um valor bem menor; R$ 500,00, que aconteceu de 16/10 a 22/10, que foi divulgada e colocou Luizão na frente. Confira abaixo a pesquisa que foi divulgada pelo Jornal Folha de Santa Cruz:

 

 

Pesquisas fraudadas podem interferir no resultado das eleições

 

A expansão do mercado de medição da intenção de votos vem acompanhada de práticas que podem interferir no processo eleitoral, principalmente nas pequenas cidades. Os números escondem a falta de controle de qualidade dos levantamentos que são produzidos e registrados oficialmente como pesquisas. O site O GLOBO identificou acusações de ofertas de resultados fraudulentos, levantamentos feitos a partir de formulários do Google e Facebook e uso de dados falsos de estatísticos.

 

Ao informarem que realizaram as pesquisas com verba própria, sem contratante externo, os institutos não precisam prestar contas sobre a origem do dinheiro. Há casos de levantamentos feitos por empresas que declararam à Receita Federal ter como atividade o transporte com uso de vans e a filmagem de casamentos.

 

No caso da empresa Gráfica e Editora Valente Fartura Ltda – Me, consta como atividade principal “Edição integrada à impressão de jornais diários” e atividades secundárias: Pesquisas de mercado e de opinião pública e até Comércio varejista de artigos esportivos.

 

O que diz o TSE

 

Em nota, o TSE informou que não realiza qualquer controle prévio sobre o resultado das pesquisas, tampouco gerencia ou cuida de sua divulgação, atuando sempre que é provocado por meio de representação. De acordo com o tribunal, um sistema com mais segurança para o registro de pesquisas será implementado no ano que vem.

 

FONTE: O GLOBO / VIA: REDE WEB TV

 

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