Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Dr. Waldomiro Colautti (HRWC) em Ibirama, completa um ano de funcionamento nesta terça-feira (20) e nesse período, já atendeu 220 pacientes na maioria do Vale Norte, mas também de outras regiões do estado. Pessoas como a aposentada Nely Keske, que ficou 30 dias internada na UTI e sabe como poucos a importância que ela tem para salvar vidas.
A moradora de Dona Emma, de 65 anos, conta que há algum tempo passava por vários problemas de saúde causados pela intolerância a lactose, mas o quadro se agravou tanto que acabou trazendo consequência para outros órgãos. O rim dela parou de funcionar devido à gravidade da situação, e ela precisou ser internada na UTI no dia 29 de novembro do ano passado.
“Fiquei muito mal, com dores bem fortes e nesse período o rim parou então tive que fazer hemodiálise. A gente espera nunca ter que voltar, mas o tempo que fiquei lá, esses 30 dias, o cuidado foi especial e tenho certeza que a UTI foi muito importante para salvar a minha vida”.
Mas mesmo depois de melhorar a saúde, a aposentada acabou tendo que voltar a unidade, desta vez para cuidar do marido Mário Keske, de 66 anos que tem problemas cardíacos e também foi outro paciente beneficiado pela UTI.
“Para nossa família é foi fundamental e acho que a UTI, foi uma das melhores coisas que fizeram para a gente”, comenta.
A UTI custou ao Governo do Estado de mais de R$ 3,2 milhões, e foi motivo inclusive de protestos porque a estrutura física foi inaugurada em dezembro de 2010 mas só sete anos depois entrou de fato em funcionamento. Para o diretor do HRWC, Jamir Marcelo Schmidt, que na época da inauguração era secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Ibirama, os números do primeiro ano provam a importância que a unidade tem para salvar vidas.
“Sabemos que foi um processo longo para abertura, mas nunca desistimos, e fizemos tudo que podíamos. Como era secretário da ADR na época, sei o quanto cobramos do Governo do Estado para que ela de fato entrasse em funcionamento e graças ao esforço conjunto de servidores e até da cobrança da própria comunidade, conseguimos depois de sete anos fazer as licitações para finalizar o que faltava e finalmente abrir as portas”.
Mesmo com a abertura, atualmente apenas seis dos 10 leitos da UTI estão disponíveis para ocupação e são controlados por uma central de regulação que oferece vagas a nível estadual. Os outros quatro leitos ainda aguardam a autorização do Governo do Estado para entrar em funcionamento, apesar da frequente falta de vagas em leitos de UTI em todo o país.
Mesmo com o desafio que ainda precisa ser superado, o médico intensivista, Nilson Carvalho Correa, que atua na UTI desde a abertura, destaca que o número de pessoas que já foram beneficiadas é bastante considerável.
“Pessoas estas que se não tivessem essa unidade, teriam falecido, e talvez algumas delas, teriam sido transferidas para outras unidades longe de casa, para o Oeste catarinense, em Chapecó por exemplo, pois quando falta vaga, o Governo encontra vagas em outras unidades o que é uma logística complicada para a famílias.”
Ele comenta ainda que hoje a UTI de Ibirama trabalha em 60% da capacidade e a expectativa é que em breve esse número chegue a 100%.
“Hoje temos a equipe médica que poderia atender tanto seis quanto 10 leitos, falta apenas o governo contratar mais técnicos de enfermagem, para abrir os demais quatro leitos e oferecer o serviço para o número maior de cidadãos, mas a avaliação desse primeiro ano é muito positiva. Atendemos um número considerável de pessoas, o sistema de hemodiálise está sendo realizado muito bem, os funcionários estão preparados e estão dando conta do recado”.