Rui Car
21/11/2018 13h25 - Atualizado em 21/11/2018 10h29

UTI de Ibirama já atendeu 220 pacientes

Apenas seis dos 10 leitos disponíveis foram abertos

Assistência Familiar Alto Vale
Delta Ativa

Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Dr. Waldomiro Colautti (HRWC) em Ibirama, completa um ano de funcionamento nesta terça-feira (20) e nesse período, já atendeu 220 pacientes na maioria do Vale Norte, mas também de outras regiões do estado. Pessoas como a aposentada Nely Keske, que ficou 30 dias internada na UTI e sabe como poucos a importância que ela tem para salvar vidas.

 

A moradora de Dona Emma, de 65 anos, conta que há algum tempo passava por vários problemas de saúde causados pela intolerância a lactose, mas o quadro se agravou tanto que acabou trazendo consequência para outros órgãos. O rim dela parou de funcionar devido à gravidade da situação, e ela precisou ser internada na UTI no dia 29 de novembro do ano passado.

 

“Fiquei muito mal, com dores bem fortes e nesse período o rim parou então tive que fazer hemodiálise. A gente espera nunca ter que voltar, mas o tempo que fiquei lá, esses 30 dias, o cuidado foi especial e tenho certeza que a UTI foi muito importante para salvar a minha vida”.

 

 

Mas mesmo depois de melhorar a saúde, a aposentada acabou tendo que voltar a unidade, desta vez para cuidar do marido Mário Keske, de 66 anos que tem problemas cardíacos e também foi outro paciente beneficiado pela UTI.

 

“Para nossa família é foi fundamental e acho que a UTI, foi uma das melhores coisas que fizeram para a gente”, comenta.

 

A UTI custou ao Governo do Estado de mais de R$ 3,2 milhões, e foi motivo inclusive de protestos porque a estrutura física foi inaugurada em dezembro de 2010 mas só sete anos depois entrou de fato em funcionamento. Para o diretor do HRWC, Jamir Marcelo Schmidt, que na época da inauguração era secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Ibirama, os números do primeiro ano provam a importância que a unidade tem para salvar vidas.

 

“Sabemos que foi um processo longo para abertura, mas nunca desistimos, e fizemos tudo que podíamos. Como era secretário da ADR na época, sei o quanto cobramos do Governo do Estado para que ela de fato entrasse em funcionamento e graças ao esforço conjunto de servidores e até da cobrança da própria comunidade, conseguimos depois de sete anos fazer as licitações para finalizar o que faltava e finalmente abrir as portas”.

 

Mesmo com a abertura, atualmente apenas seis dos 10 leitos da UTI estão disponíveis para ocupação e são controlados por uma central de regulação que oferece vagas a nível estadual. Os outros quatro leitos ainda aguardam a autorização do Governo do Estado para entrar em funcionamento, apesar da frequente falta de vagas em leitos de UTI em todo o país.

 

Mesmo com o desafio que ainda precisa ser superado, o médico intensivista, Nilson Carvalho Correa, que atua na UTI desde a abertura, destaca que o número de pessoas que já foram beneficiadas é bastante considerável.

 

“Pessoas estas que se não tivessem essa unidade, teriam falecido, e talvez algumas delas, teriam sido transferidas para outras unidades longe de casa, para o Oeste catarinense, em Chapecó por exemplo, pois quando falta vaga, o Governo encontra vagas em outras unidades o que é uma logística complicada para a famílias.”

 

 

Ele comenta ainda que hoje a UTI de Ibirama trabalha em 60% da capacidade e a expectativa é que em breve esse número chegue a 100%.

 

“Hoje temos a equipe médica que poderia atender tanto seis quanto 10 leitos, falta apenas o governo contratar mais técnicos de enfermagem, para abrir os demais quatro leitos e oferecer o serviço para o número maior de cidadãos, mas a avaliação desse primeiro ano é muito positiva. Atendemos um número considerável de pessoas, o sistema de hemodiálise está sendo realizado muito bem, os funcionários estão preparados e estão dando conta do recado”.

 

 

Por: Helena Marquardt – Jornal Diário do Alto Vale

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