Rui Car
26/03/2018 13h50 - Atualizado em 26/03/2018 10h53

Vale do Itajaí em alerta pela incidência do Aedes aegypti

"Quanto mais você fiscaliza, mais problemas você encontra"

Assistência Familiar Alto Vale
Dagmara Spautz / NSC

Dagmara Spautz / NSC

Delta Ativa

Dezessete cidades de Santa Catarina são consideradas de alto risco para a transmissão de dengue, zika e chikungunya e duas delas estão entre as principais do Vale: Balneário Camboriú e Itajaí. A informação foi confirmada pelo Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), que é uma recomendação do Ministério da Saúde, e ocorreu em 63 municípios de Santa Catarina que são considerados infectados. Em Balneário, só para se ter ideia, são 493 focos do mosquito, o que fez com que a cidade ultrapassasse Chapecó e assumisse a indesejada primeira colocação no ranking do Estado. Na opinião do diretor de Vigilância Ambiental, Rafael Neis da Silva, esse status gera um alerta, mas ao mesmo tempo facilita tomada de ações por parte do poder público. Segundo ele, com os dados em mãos, é possível organizar intervenções diretamente em áreas consideradas mais críticas.

 

Outra preocupação que ronda Balneário Camboriú é pelo fato de a cidade ser turística e receber visitantes de todas as partes do Brasil – e do mundo também.

 

– Temos uma quantidade elevada de Aedes aegypti e isso significa que falta apenas uma pessoa infectada para desencadear um ciclo de transmissão por aqui, como aconteceu com Itajaí em 2015 – alerta o diretor, ao se referir sobre o surto de dengue que a cidade vizinha a Balneário Camboriú viveu três anos atrás. Na época, foram 3.157 casos registrados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC).

 

Em Itajaí, hoje, são 441 focos do Aedes aegypti. Para aumentar o combate ao mosquito, o município irá contratar mais 25 agentes para complementar o grupo que hoje já é de 60 – o concurso, inclusive, já foi lançado. Conforme Lúcio Vieira, gerente de zoonoses do município, o fato de a cidade ser considerada de alto risco não é uma surpresa por causa da fiscalização que hoje é feita em todas as regiões.

 

– Quanto mais você fiscaliza, mais problemas você encontra. Nós estamos com essa condição porque colocamos profissionais na rua justamente para achar focos, larvas – argumenta Lúcio.

 

Além de Itajaí e Balneário Camboriú, os municípios de Bandeirante, Belmonte, Chapecó, Coronel Freitas, Cunha Porã, Galvão, Guarujá do Sul, Iporã do Oeste, Nova Erechim, Palmitos, Paraíso, Princesa, São Carlos, São Domingos e Serra alta também são considerados de alto risco para a transmissão de dengue, zika e chikungunya.

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