Rui Car
20/09/2017 11h11 - Atualizado em 20/09/2017 08h32

Vigilância Sanitária alerta para uso inadequado de agrotóxico que tem prejudicado moradores do Alto Vale

Lucas afirma que tem receio dos efeitos que o herbicida pode causar a saúde humana

Assistência Familiar Alto Vale
Plantas afetadas pelo Gamit (Assessoria de Imprensa)

Plantas afetadas pelo Gamit (Assessoria de Imprensa)

Delta Ativa

O uso inadequado do agrotóxico Gamit, utilizado principalmente em plantações de fumo do Alto Vale, tem prejudicado moradores e preocupado a Vigilância Sanitária de Santa Catarina, que vistoriou diversas propriedades e orientou produtores sobre os principais cuidados na aplicação.

 

Uma das cidades mais afetadas com o problema, que começou a ser registrado em julho que é a época da aplicação nas plantações de fumo, foi José Boiteux onde diversas espécies de plantas acabaram morrendo. A família de Lucas Lunelli, que produz flores há mais de 20 anos, foi uma das prejudicadas. “Ele acaba atrapalhando o crescimento e o desenvolvimento das flores, o que encarece a produção com a mão de obra e a compra do adubo para tentar recuperar as plantas e mesmo assim elas podem acabar morrendo”.

 

A coordenadora da Vigilância Sanitária da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Ibirama, Rosdalva Iumara Schroder, explica que o agrotóxico é bastante volátil, ou seja, se espalha facilmente com o vento. Em contato com a planta, ele resulta em aspecto esbranquiçado e depois amarelado, à medida que as folhas vão apodrecendo.

 

Além do prejuízo econômico, Lucas afirma que tem receio dos efeitos que o herbicida pode causar a saúde humana e segundo Rosdalva a preocupação não é para menos já que ele também pode contaminar alimentos e até causar intoxicação, o que traz riscos a saúde pública.

 

Ela afirma que outros agrotóxicos também poderiam oferecer a mesma eficácia, mas em um tempo de resposta maior, o que faz com que os produtores prefiram o Gamit, apesar dos riscos. “Segundo agrônomos que já consultamos existem outras opções que não seja o Gamit, e que não são mais caras, mas elas não são tão rápidas, por isso ele continua sendo a primeira opção”.

 

A coordenadora finaliza dizendo que a Vigilância Sanitária tem trabalhado para encontrar uma solução para o problema, mas que sem a ajuda da sociedade dificilmente a situação será resolvida. “Vistoriamos vários locais e verificamos a potencialidade desse veneno porque ele é muito volátil. É uma situação bastante complicada de resolver. Já conversamos com as fumageiras e estamos fazendo a nossa parte na orientação quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual e quanto a distância exigida pela bula do Gamit, mas ainda dependemos da conscientização de todos”.

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