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Enquanto estudantes de Santa Catarina saem de férias, neste mês de julho, escolas e autoridades da Educação e da Saúde debatem a volta às aulas 100% presenciais. Instituições privadas e municípios têm solicitado revisão das regras para diminuir o distanciamento entre os alunos, formando turmas maiores. Hoje, quando o distanciamento de 1,5 metro entre as cadeiras inviabiliza que todos os alunos estejam em sala, há um revezamento, com parte acompanhando pela internet.
O assunto vem sendo acompanhado pelo Comitê de Retomada das Aulas Presenciais, formado por 14 órgãos e entidades. Mas Secretaria de Estado da Educação e União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) concordam que deve partir da Saúde o aval para flexibilizar normas. Nesta semana, como contou o colega Raphael Faraco, as discussões aprofundaram-se. A Secretaria de Estado da Educação defendeu reduzir a distância entre os alunos para um metro.
Um dos estímulos ao debate é a vacinação dos professores e servidores da Educação. Com os profissionais protegidos, o risco de surtos seria menor. Por outro lado, há receio sobre os efeitos da variante Delta. Estudos sugerem que ela pode ser mais contagiosa entre adolescentes e crianças — Santa Catarina ainda não tem previsão de vacinar pessoas com menos de 18 anos.
Em Brasília, os ministérios da Educação e da Saúde também reuniram-se para discutir protocolos de volta às aulas. Mas a diferença é abissal. Enquanto os catarinenses já falam em 100% dos alunos em sala, a maioria dos estados discute começar o ensino híbrido.
Há preocupação entre educadores com a fábrica de desigualdade que se transformou o ensino na pandemia de Covid-19. Escolas privadas, com melhor estrutura física, têm adaptado auditórios, ginásios e salas para atender a todos presencialmente. Nas redes estadual e municipal, a margem é menor. E estão nelas, as escolas públicas, os estudantes com acesso mais precário à internet — quando têm algum.
Se os números da Covid-19 continuarem melhorando no Estado, exceção feita ao Vale do Itajaí, onde a tendência é inversa, o debate deve intensificar-se durante as férias de julho. Mas ainda não há prazo à vista para decisão.
POR: EVANDRO DE ASSIS – NSC TOTAL
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